

06 de Novembro de 2024
Um Momento Inesperado
Minha primeira gestação, planejada e esperada com muito carinho. Sem nenhum episódio familiar de prematuridade e sem ter nenhum problema de saúde, me deparei no quinto mês de gestação com a pré-eclâmpsia, uma doença gravíssima na qual nunca tinha sequer ouvido falar. Tudo corria bem (assim diziam os médicos) a cada mal estar e algo diferente ia me consultar e diziam que tudo era normal, um inchaço precoce, dormência nas mãos... Até a pressão subir e passar a ser uma paciente de alto risco... Ao passar em emergência com a pressão altíssima, no auge de 22 semanas, fui medicada e mandada para casa com a frase "Esquece, nenhum bebê sobrevive com 22 semanas e com a pressão tão alta" fiquei sem chão... Mas depois encontrei outros profissionais que me acolheram e disseram que era grave mas podíamos tentar. Fiquei internada até completar 27 semanas. Assim Alice nasceu com 675 gramas, uma prematura extrema. Ao vê-la pela primeira vez não acreditei no que via, pensei que não haveria chances para uma bebê tão pequena, mal parecia de verdade. A UTI foi uma segunda casa, o tempo foi passando e foi um processo de quase 90 dias de altos e baixos e muitas intercorrências, a frase "o bebê está estável" era uma das mais ouvidas.
Hoje graças a Deus Alice tem 8 anos e nenhuma internação após a alta, fazemos vários acompanhamentos e Alice tem laudo de paralisia cerebral, mas com apenas uma leve questão motora na perna direita. Eu acredito que faltou um olhar atencioso para minha gestação, mas Deus me colocou pessoas da neo natal que me orientaram muito para todos os cuidados com Alice, assim como a Prematuridade.com que traz informações importantíssimas para pais e filhos que estão vivendo essa experiência tão intensa. É muito bom ver que existe um trabalho que tem um olhar para a prematuridade, pesquisas e pessoas que trabalham em prol de melhorias para que se diminua o índice de prematuridade em nosso país e consequentemente no mundo. Obrigada.