05 de Janeiro de 2020
Todo o amor por Lucas
"Fui mãe de primeira viagem de uma gravidez não planejada. Em um ultrassom de rotina, o médico avisou que estávamos com líquido amniótico abaixo do mínimo, e, então, a minha obstetra excelentemente me deu todo suporte. Dois dias depois, tivemos que fazer uma cesariana, com apenas 31 semanas e 5 dias de gestação. O Lucas ficou um mês e uma semana em UTI, nasceu com 1.530kg e 40cm.
No hospital que ele nasceu no interior, teve infecção e anemia, fez transfusão de sangue, oscilou em retiradas e colocadas de CPAP. Com 20 dias, ele foi transferido em UTI móvel para a Capital e lá passou mais 15 dias. Me lembro do momento em que vi ele pela primeira vez na incubadora, e todo o amor avassalador que tomou conta de mim me transformou naquele momento, e passei a me dedicar 24 horas pra ele. Abdiquei de resguardo pela cirurgia, de tristeza pelo momento difícil, de dor, e até hoje abdico da maioria das coisas pela felicidade dele. Retirava leite materno manualmente e através de bombas.
Quando finalmente chegamos em casa, era eu quem fazia absolutamente tudo, cada choro, cada fralda, cada mamada. Ele cansava muito ao mamar e chorava de fome. Já tinha tido que tomar fórmula na UTI, utilizou mamadeira lá, e isso tudo atrapalhou no aleitamento materno, fazendo com que tivéssemos que parar. Mas eu passei a dar cada mamadeira e não fui menos mãe por isso, pelo contrário. Aos 3 meses de vida, iniciamos Terapia Ocupacional com uma profissional maravilhosa, e então eu e ela estimulávamos ele para acompanhar a idade cronológica.
Paramos a TO com um ano de idade, mas eu até hoje, com um ano e seis meses, sigo me dedicando 24h. Nunca tratei ele como diferente, como o super prematuro que era, e pela graça de Deus, ele assim se tornou: nenhuma característica de prematuridade. Quem não conhece nossa história e nos vê por aí nem imagina! Que tudo foi o meu amor e o de Deus."
(relato da mamãe Marina Paiva, enviado em 2018)