14 de Fevereiro de 2013

Sofia e Lara: grandes vitoriosas

Agradeço à Aracely pelo carinho e por retribuir a ajuda que encontrou no site de forma tão generosa: compartilhando também sua própria experiência de prematuridade. Obrigada e parabéns pela duplinha linda! Que elas tenham muita saúde sempre, pra curtir a vida ao seu máximo! Beijo grande.

"Olá! É com tremenda alegria que hoje posso contar a história vitoriosa das minhas princesas Sofia e Lara. Foi aqui neste site, compartilhando a experiência de outras famílias, e aliada a minha fé em Deus, que eu encontrei apoio e consolo para acreditar que tudo daria certo. E deu!

Agora escrevo como forma de retribuir tamanha esperança que enchia meu coração quando lia cada historinha destes pequenos guerreiros, e assim contribuir para de alguma forma fortalecer o coração de uma mãe ou pai de UTI Neonatal.

Pois bem. Planejamos uma segunda gravidez e quando ainda amadurecíamos a ideia, me descobri grávida. Não posso dizer que foi uma gestação tranquila, porque ter hiperêmese gravídica e perder aproximadamente 9 kg não é nada tranquilo.

Por diversas vezes tive que ir a emergências dos hospitais para me reidratar. E numa destas visitas me solicitaram uma ultrassonografia, onde descobri que estava grávida de gêmeos. Confesso que naquele momento, e por alguns outros, não assimilei bem a notícia e chorava copiosamente. Mas o medo passou e a alegria começou a tomar meu coração ao descobrir que seriam duas meninas. Meu sonho enfim se realizaria ser mãe de uma, ou melhor, duas garotinhas.

Tudo evoluía bem, até que aos 30 de julho, minha bolsa rompeu e eu entrei em trabalho de parto com exatas 31 semanas de gestação. Assim, nascia por meio de uma cesariana Sofia e Lara, pesando 1.6 Kg/33 cm e 1.7 Kg/33,5cm, respectivamente.

Com planos frustrados, descobria eu da pior maneira possível, que não me cabe escolher a data do parto, se vai ser ou não doloroso, que pouco importa o enfeite da porta da maternidade, as roupinhas caprichadamente escolhidas, as lembrancinhas. O vazio de não ter o filho nos braços é tão doído que derruba qualquer fortaleza. E eu caí.

Foram dias bem difíceis. Minhas pequenas nasceram bem, não foram intubadas, mas ficaram no CPAP, e enfrentaram Hood, cateter nasal, O2 ambiente. Quando estavam quase respirando sozinhas, desenvolveram uma sepse tardia, e, não respondendo ao primeiro, nem ao segundo esquema de tratamento, vieram as apneias e com elas o retorno aos suportes ventilatórios.

Apresentaram também, dificuldade em assimilar a dieta e precisaram da nutrição parenteral por muitos dias. Desenvolveram anemia e foram tratadas com duas transfusões sanguíneas, além de outras pequenas ocorrências

O tempo passava e elas não evoluíam. Toda manhã eu saía de casa orando, pedindo pela melhora e para que nenhum outro problema tivesse acontecido. E lá se foram 21 dias, até que elas resolveram responder ao tratamento. Então, a primeira tentativa de sugar ao seio fora be sucedida. Elas deram adeus a SNG, depois a nutrição parenteral e por fim passaram para o berço aquecido, onde eu já podia tocá-las sem ter que pedir permissão.

Assim, a tão sonhada alta começou a ser cogitada, e após 31 dias de internação, saíram da UTI mamando, sem antibióticos e com a função respiratória totalmente estabelecida.

Aos 4 meses, Sofia e Lara esbanjam formosura. Para honra e glória de Deus são saudáveis e sem sequelas. A Ele deixo registrada minha gratidão eterna, por me presentear grandemente com essas princesinhas, um marido que foi um companheiro incansável e outro filho lindão.