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31 de Janeiro de 2013
Prematuridade nos anos 90: a história de João Pedro
Obrigada, querida Carol, por nos contar um pouco da história do teu "pequeno". Um beijo para vocês, especial para o João.
"Era madrugada do dia 8 de dezembro de 1992 quando acordei com uma sensação incômoda, estranha. Fui ao banheiro e a bolsa havia rompido. Eu, no auge dos meus 18 anos, não entendia bem o que estava acontecendo. Chamei meu marido e ficamos os dois tentando decifrar o que poderia ser aquilo. Então vieram as contrações e decidimos ir para o hospital.
Chegando ao hospital, levei um susto quando escutei a frase: "Sua bolsa rompeu, mas o bebê não pode nascer agora. Precisamos amadurecer o pulmão". Afinal, o que eram todas aquelas informações? Estava me preparando para ser mãe em março, não em dezembro.
Foram longas 21 horas de espera, contrações, apreensão até que, às 21h55min, meu João Pedro nasceu por meio de uma cesárea. Chorou um pouquinho e logo parou. Depois mais um pouquinho, e mais um momento de silêncio. E eu ali, sem entender direito o que estava acontecendo. Posteriormente fui informada que ele teve três paradas na sala de parto.
No dia seguinte, bem cedo recebi a informação de que meu filho havia nascido com 1.360g, 40 cm e estava na UTI. Meu coração foi forte naquele momento. Eram tantas as informações que me deixaram atordoada. E fui logo me levantando para vê-lo. Ele era muito pequenininho, frágil. Estava entubado, monitorado, cheio de agulhas, cateteres e fios que pareciam sem fim. Senti um misto de desespero e alegria.
As notícias que se seguiram eram cada vez mais complicadas. Ele teve mais onze paradas, septicemia e entrou em choque. A essa altura ele estava com onze dias. E foram dias de aflição, onde o que me segurava era a fé em Deus.
Graças a Ele, o João foi tendo melhoras progressivas, e quando ele estava com um mês pude, enfim, carregá-lo no colo, abraçar, beijar e admirá-lo.
Aos dois meses de vida, e com 1.990 gr., levei meu filho para casa. Ele foi crescendo com a saúde frágil, gripes, resfriados, pneumonias, mas estava ali, crescendo.
Fomos para T.O., fisioterapia, fonoaudiólogo, tudo o que pudesse estimulá-lo.
E assim continuamos. O João vem crescendo, e eu assistindo esse milagre diário. Foram muitas as dificuldades: noites em claro, choro de tristeza, insegurança. Mas com certeza muito mais lágrimas de alegria.
Hoje o João tem 19 anos, irá formar-se na faculdade no próximo ano e será, com certeza, um grande piloto de avião. Ele é meu orgulho, minha certeza de vitória, meu milagre personificado."
Caroline, mãe do João Pedro.