19 de Março de 2014
Pedro Miguel: um prematurinho muito sapeca
“Terça-feira, dia 10 de dezembro de 2012, fui para o hospital com dores. A médica me examinou e disse que internaria pois estava com 3 cm de dilatação. Como estava com 31 semanas de gestação, receitou a injeção para amadurecer o pulmãozinho, porque a qualquer momento ele poderia nascer. Fiquei muito ansiosa, pois logo o veria e preocupada pelas dificuldades que ele enfrentaria.
Na segunda noite, quarta feira, assim que a enfermeira me deu a injeção para o pulmão do meu bebê, comecei a sentir uma queimação que não passava e uma forte dor. Depois que a enfermeira examinou, ela chamou a médica, que fez o toque e receitou o soro para segurar. A minha mãe perguntou se ele nasceria, e ela respondeu que sim, mas fariam de tudo para segurar porque era muito cedo para nascer, e mandou a enfermeira arrumar uma vaga na UTI Neo, caso nascesse.
Na quinta-feira, às 16 horas, comecei a sentir dores leves e perder muito sangue. A enfermeira me disse que o colo estava aberto, era para ficar de repouso. A dor foi aumentando e vieram duas vezes com um aparelho para ver se era contração, e nas duas vezes as enfermeiras disseram que não era. A partir das 20 horas foi piorando e às 22 horas começou a contração em 7 minutos e depois foi diminuindo. Às 23h30min, estava sentindo muita dor, a minha mãe chamou as enfermeiras e uma delas disse que eu estava em trabalho de parto e me levaram para sala de parto. As contrações já estavam a cada 1 minuto.
Fizeram, então, um parto normal rápido, mostraram o Pedro Miguel para mim por poucos segundos e o levaram para outra sala para seus cuidados. A médica disse que ele tinha bom pulmão e chorava alto. Foi levado rapidamente para Neonatal. Ele nasceu com 1,605 kg, perdeu 205 gramas, mas, graças a Deus, ficou lá só para ganhar peso e ter banho de luz.
Na primeira vez que fui vê-lo foi muito triste. Ele era tão pequenino, pele rosada, indefeso e teve apneia. Era o que eu mais temia quando estávamos longe. Dia 26 de dezembro, ele teve alta da UTI Neo e foi para a pediatria. Ainda tão frágil, ficou 12 dias internado. Teve alta para vir para casa, e já na primeira noite, ao mamar, perdeu o fôlego e ficou roxinho e mole. Foi desesperador! Ele ficou uns 3 minutos sem respirar e a minha irmã conseguiu fazer ele voltar. Quando ouvi o chorinho, foi um alívio.
Hoje o Pedro Miguel está com 1 ano e 3 meses, lindo, esperto e muito sapeca. É a minha riqueza, alegria da família e amigos.”
Letícia, mãe do Pedro Miguel