23 de Junho de 2013
Pedro Henrique: uma lição de vida
“Olá, mamães!
Sou Keyla, mamãe do prematurinho Pedro Henrique que nasceu de 31 semanas. Minha história se inicia com longos 2 anos de tentativas para conseguir engravidar. Enfim, em março de 2011 veio a tão sonhada notícia: estava grávida! Eu e meu marido estávamos realizando nosso maior sonho, então procurei pelo melhor obstetra da região para que tudo ocorresse da melhor forma, do jeito que sempre sonhei.
Mas aos 6 meses de gestação comecei a sentir fortes dores no estômago, os médicos me passavam remédios para dor e nada de aliviar, mal conseguia me alimentar, fiquei assim por uns 20 dias. Na madrugada do dia 13/09/11, às 3h15min, me levantei com uma forte dor de cabeça. Tomei um remédio mas, antes de chegar ao quarto, não enxergava absolutamente nada, estava cega. Chamei meu esposo e falei chorando que não enxergava mais nada. Depois disso, o pior: desmaiei ali mesmo, e tive minha primeira crise convulsiva.
Foi uma luta para conseguir hospital que tivesse estabilidade para mim e para meu bebê, que estaria chegando naquela manhã. Depois de muita luta, conseguimos uma vaga em um hospital um pouco distante da minha cidade. A chance de vida minha e do meu bebê estava cada minuto menor e, quando dei entrada no hospital onde seria realizado meu parto, minha pressão estava em 24/16 (só para lembrar, eu não sou hipertensa, minha pressão ficou alta de tanta dor, tinha 21 anos e sempre fui super saudável). Tive eclampsia, resultante de fortes dores que eu estava sentindo no estômago, que mexeu com minha pressão daquele jeito.
Foram mais duas convulsões, então me levaram imediatamente para a sala de parto e o Pedrinho nasceu, pesando 1,400kg e medindo 39cm. Estava desacordado, fizeram o processo de reanimação e meu bebê chorou. Estava VIVO, meu milagre! Foi levado imediatamente para a UTI NEO, eu não vi absolutamente nada. Desmaiei às 3h15min e acordei às 17h, não sabia onde eu estava. Então veio uma enfermeira e me disse que meu bebê tinha nascido, encostei a mão na minha barriga e senti o corte. Me bateu um desespero, cadê meu bebê? Queria vê-lo e ela me disse que ele não estava no mesmo hospital, pois não havia vaga na UTI NEO, e ele estava em outro hospital da mesma cidade.
Logo de inicio não acreditei no que ela me dizia, cheguei a pensar que ela estava me dando uma desculpa e que meu bebê não tinha sobrevivido. Mas, em seguida, todos os membros da minha família entraram no quarto para me visitar, ver como eu estava, e meu marido me disse ‘amor nosso filho nasceu, ele é lindo’. Com essas palavras, pude acreditar que meu bebê estava realmente vivo, e ainda acrescentou: ‘amanhã vou tirar uma foto dele e trazer para você ver.’
Eu fiquei internada por 5 dias. Conheci meu anjinho apenas no 5º dia de vida. Era muito pequeno e frágil, todo entubado, me bateu um desespero e comecei a chorar desesperadamente. O mais difícil era olhar todos os dias para o quartinho dele e ver o bercinho vazio. Não podia ouvir meu celular tocar que já pensava que seria da UTI NEO, mas Deus é um Deus de milagres e renovava minhas forças dia após dia, cuidou e cuida muito bem do meu filho pra mim.
Pedro ficou internado por 45 dias na UTI NEO e, no dia 29 de outubro de 2011, teve alta. Dia tão especial que ficará guardado pra sempre em minha memória. Hoje ele está com 1 ano e 6 meses, lindo, saudável e muito esperto!”
Keyla, mãe do Pedro