20 de Outubro de 2023

Os gêmeos Ben e Lui, de 28 semanas

O Ben e o Lui foram planejados muito tempo antes de nascerem.

Eles foram fruto de uma indução, depois que tive 3 gestações interrompidas (1 aborto retido, 1 aborto espontâneo e 1 natimorto de 22 semanas, nessa ordem).

Depois das tantas tentativas que deram erradas, resolvemos parar de tentar engravidar por 1 ano. Fiz inúmeros exames, meu marido também, mas não foram encontradas causas para as 3 gestações não terem dado certo.

Então começamos a tentar novamente, ja estava demorando cerca de 8 meses sem conseguirmos engravidar e, como eu tinha pressa, rsrs, fomos em busca de um tratamento para "apressar" as coisas. Fizemos então indução. No terceiro mês de tentativa, engravidamos! A gestação foi super tranquila.

Como tínhamos o histórico de perdas gestacionais e como eram gêmeos, fazíamos ecografia de 2 em 2 semanas. A última foi com 26 semanas, com Dr Eduardo Becker e os meninos estavam no percentil 60 nessa eco. Tudo estava 100%. Eu tinha contrações Braxton-Hicks desde as 18 semanas, elas foram ficando mais intensas com o passar das semanas.

Em uma noite qualquer, dormindo ja, os meninos com 28 semanas e 1 dia, a bolsa do lado esquerdo estoura! Era o Ben, apressado para vir ao mundo. Eu fiquei em pânico, entrei em desespero, não estava preparada para aquilo. Eu chorava muito.

Não tinha conversado com os médicos sobre a possibilidade de virem ao mundo tão cedo.

Corremos para o hospital naquela madrugada. Chegamos lá, as enfermeiras com uma calma, e eu dizendo "a bolsa estourou, estou com 28 semanas, vcs não precisam fazer isso mais rápido?" e elas, com todo o conhecimento do mundo, me acalmando. Fomos fazendo exames, ligando para os médicos... tudo estava em ordem, a bolsa do Ben tinha rompido, porém a do Luigi continuava intacta.

Os dois estavam bem, batimentos normais, tudo ok. Agora precisávamos esperar meu corpo entrar em trabalho de parto para darmos sequência em tudo. Enquanto isso, tomei injeção de corticóide e de uma outra que é para o cérebro dos bebês, mas não me recordo o nome agora. Estava ansiosa, nervosa, mas ao mesmo tempo com esperança que dessa vez, daria certo!

Passaram-se cerca de 10 horas desde que a bolsa estourou quando comecei a sentir contrações. Estava entrando em trabalho de parto. Fui para a sala de cirurgia as 12:30 e às 13:05 e 13:06 nasceram Benício e Luigi, nessa ordem, de cesariana. Não pude vê-los nem ouví-los. Perguntei aos médicos se eles estavam vivos e elas disseram que sim. Era um alívio saber que tinham nascido!

Agora, restava eu esperar para poder vê-los. Pude vê-los apenas as 22:00 daquele dia. Enquanto isso, recebia fotos e atualizações do meu marido, que ja tinha visto eles e ja tinha ido para a UTI NEO.

Quando finalmente entrei na sala #1 da UTI Neonatal do HMV em POA, estava com um turbilhão de emoções. Uma gratidão por ver eles vivos, saudáveis e bem (dentro do possível) e ao mesmo tempo um medo enorme de ver eles tão, mas tão pequeninos. Ben e Lui nasceram com 1kg 180gr cada um.

Na UTI Neo, ficaram entubados por 1 dia. Usaram CPAP por cerca de 5 semanas depois disso. E depois, nada mais. Cada dia era uma vitória, cada grama conquistada era motivo de festa. Cada apnéia era motivo de preocupação.

E foram tantas. Depois de 63 dias de UTI, sem maiores percalços, foi dada a alta deles.

Estávamos radiantes para enfim levá-los para casa.

Relato enviado em 08/09/2022

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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