27 de Março de 2014

O fofo prematurinho extremo Miguel

“Olá! Eu queria falar um pouco para as minhas amigas sobre o meu amado bebê Miguel.

Eu sou mineira, de Itajuba, tenho 17 anos de casada, 2 filhos lindos, o Filipi com 16 anos e a Milena com 15 anos. Em 2010, quando eu nem sonhava mais em engravidar, estava com 34 anos, fiquei grávida. Foi aquele susto. A primeira coisa que eu fiz foi ligar para o meu marido, que ficou muito feliz, e depois contamos para os nossos filhos.

Tive uma gravidez muito ruim, pois passava mal 24 horas por dia, não dormia e fazia consultas com o médico 2 vezes por semana, porque a minha pressão era muito baixa, o ácido fólico não parou no meu estômago. Para deixar registrado, os outros dois maiores, eu passei muito bem a gravidez e eles nasceram de 9 meses, normal, tudo normal.

Eu tive várias internações por desidratação. Quando eu estava de 3 meses, mais um susto: “você vai ter gêmeos!”. Nossa, o que fazer? O meu marido quase enlouqueceu de tanta felicidade. E assim fomos... enjoo atras de enjoo.

No dia 6 de março de 2012, eu estava de 26 semanas e acordei com sangramento e muita dor. Tive que ir correndo para o hospital e nasceram os meus dois filhos lindos. O primeiro com 935 gramas e o segundo com 805 gramas. Eu estava bem, sã, fiquei assustada, mas, quando foi a noite, eu e meu esposo fomos visitar os dois na UTI Neonatal de Taubaté. O meu marido foi embora, e às 11h30min, veio uma equipe me chamar. O gemelar 2 tinha tido uma parada e estava muito fraquinho. Cheguei lá e as enfermeiras e a psicóloga ficaram comigo. De repente, o Dr. Marcelo apareceu na porta, abaixou a cabeça e me disse: “Eu fiz o que eu pude”. Eu caí em desespero. Fui até a incubadora dele e o peguei nos braços. Senti uma dor tão grande que eu achei que ia morrer. As enfermeiras me levaram dali e me consolaram. Além da dor, ainda tive que ligar aquela hora da noite para a minha irmã e pedir que ela arrumasse o enterro.

Depois de 3 dias, tive alta e o Miguel ficou. Ele chegou a pesar 705 gramas. As médicas me diziam que ele não aguentaria e eu segurava em sua mãozinha e pedi a ele para viver por mim. Eu passava para ele muita energia do Espírito Santo de Deus e acreditava nele.

Após 30 dias, eu estava feliz pensando: “Nossa, o Miguel está com 2,400 kg”. Só que em sábado, eu falei para o Dr.: “Nossa, ele está bem, né? Está ganhando peso”. O Dr. virou para mim e disse: “Claro, com a cabeça cheia de água, pesa bastante. Ele está com hidrocefalia, que ele adquiriu pós meningite do hospital. Sentei e como eu chorei naquele dia. Eu não tinha noção do que era hidrocefalia. Mas fé em Deus e vamos lá. Ele fez a cirurgia, colocou a válvula e ficou bem. Voltou para 2 kg e ficamos mais um mês no hospital.

Depois de 3 meses, viemos embora. Tivemos várias intercorrências, por convulsão, pneumonia... Ele ficou praticamente o resto do ano em casa e no hospital, mais no hospital do que em casa. Voltou para a UTI 2 vezes por broncoaspiração.

Agora, tendo passado quase dois anos, eu levo ele para fazer as terapias, os profissionais que cuidam dele são ótimos, a hidrocefalia não tem mais o atraso grande que ele tem devido a lesão no cérebro e a prematuridade extrema. Mães de prematuros, sigam direitinho as orientações, porque quando a gente chega em casa, acha que não precisa de fisio, fono, nutri, t.o., neuropediatra, mas é muito importante. As diferenças aparecem aos poucos! Hoje o Miguel é assim, a cada 6 meses ele faz 1. Agora ele está dando atenção para as pessoas e os brinquedos, mas se não fossem as terapias, não sei o que seria de nós. Beijos!”

Alzira, mãe do Miguel

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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