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26.05.2017

Cartilha ajuda famílias com bebês prematuros

"A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, todos os anos, cerca de 15 milhões de crianças no mundo nasçam antes de completar 37 semanas de gestação. No Brasil, a prevalência de partos de crianças prematuras chega a 11,7%, segundo estudo de 2013 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Preocupação e ansiedade são dois sentimentos que acompanham famílias com bebês prematuros, principalmente em relação ao desenvolvimento da criança, ou seja, suas habilidades para realizar tarefas do dia a dia.

“A prematuridade é um fator de risco. Quanto maior o grau de prematuridade, maior o potencial de ocorrer algum atraso ou prejuízo no desenvolvimento funcional. No entanto, há diversos fatores envolvidos no cuidado que a criança recebe para estimular e promover esse desenvolver”, explica a fisioterapeuta Rayla Amaral Lemos.

E foi justamente compreender as concepções de cuidadores de nascidos prematuros sobre o desenvolvimento infantil e fatores associados o objetivo do estudo de doutorado de Rayla na Escola de Enfermagem (EE) da USP, orientado pela professora Maria de La Ó Ramallo Veríssimo.

A partir do resultado de sua pesquisa, a fisioterapeuta percebeu a necessidade de oferecer um material de apoio para os familiares de recém-nascidos prematuros, que orientasse sobre como acompanhar o desenvolvimento das crianças após a saída do hospital.

Assim nascia História de Sofia. Um livro que, segundo as autoras Rayla e Maria, fala de afeto, das relações humanas, dos processos responsáveis pelo desenvolvimento de cada pessoa e, também, de esperança, já que “nascer prematuro não é uma sentença ou destino”.

O nome “Sofia” vem do próprio significado da palavra (sophia, do grego, sabedoria). Isso porque a publicação não traz apenas orientações, ela também compartilha as experiências de vida das famílias que participaram do doutorado de Rayla.

“Na coleta de dados, fiquei pensando o quanto aquelas famílias, dentro da realidade delas, traziam a sabedoria no cuidado da criança. O entendimento era formado pela experiência vivida da prematuridade, elas iam desenvolvendo estratégias de empoderamento que durante a pesquisa compartilhavam e eu sistematizava”, relata.

Lançado no ano passado com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o livro é dividido em 12 capítulos. Os três primeiros abordam os sentimentos, como preocupação, ansiedade e depressão, vividos pelas famílias durante o período em que a criança fica internada no hospital após o nascimento, e as dúvidas sobre o futuro dela. As autoras trazem ainda algumas dicas de como lidar com o momento de levar o bebê para casa e se adaptar à nova rotina.

“Essas dicas foram baseadas em comportamentos encontrados na literatura acadêmica sobre as famílias de crianças prematuras. Por exemplo, a superproteção, pensando que ela é uma criança frágil e tendo comportamentos que vão limitar o desenvolvimento, ou ao contrário, estimular a criança além das possibilidades dela naquele momento, por querer que ela se desenvolva”, conta a fisioterapeuta.

O empoderamento das famílias para o uso da rede de saúde e o apoio de amigos e parentes também estão no livro, assim como informações sobre o que é a idade corrigida – maneira como profissionais de saúde utilizam para avaliar a criança considerando o grau de prematuridade que ela teve.

De acordo com Rayla, a publicação tem informações sobre quais são as potencialidades para a criança se desenvolver, dicas de brinquedos, de estimulação da criança durante as atividades de vida diária, na hora do banho e da alimentação, atividades que a família pode desenvolver com a criança, estimulando o uso da caderneta de saúde da criança para o acompanhamento das habilidades, para ajudar a família a perceber como a criança vai aprendendo.

No final, há um encarte descrevendo as habilidades funcionais esperadas no período de zero a três anos e meio de idade. A versão on-line de História de Sofia está disponível gratuitamente no site da Escola da Enfermagem (EE) da USP neste link."

Fonte: Héricka Dias para o Jornal da USP

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