17 de Abril de 2013
Nicole, uma pequena vitoriosa
Agradeço à Jéssica, mãe da pequena, pelo carinho e pela história. Muitas felicidades e muita saúde pra Nicole no seu 1o aninho de vida. Parabéns, muitos beijos!!!
"Foi uma gestação super tranquila: a emoção da descoberta, a alegria de preparar o enxoval (tudo rosa, sem ao menos saber que seria uma menina).
O chá de bebê já organizado e marcado para o dia 20/05/12. Toda a felicidade de uma mamãe de primeira viagem.
Em abril de 2012, comecei a me sentir mal, com dores no corpo, nariz entupido, todos os sintomas de um resfriado. Tudo bem, tudo tranquilo, medicação feita! No segundo dia, sentia dores na perna, mas não me preocupei, pois pensava que fosse por conta do resfriado.
No terceiro dia, dores nas costas. Eu estava em uma festa na casa do meu namorado e pedi a ele que me levasse para casa. Acordei às 3 horas e senti um molhado. Quando fui ao banheiro, me assustei com aquela mancha de sangue. Fiquei desesperada e fui acordar todos.
Fui levada ao hospital às pressas. No caminho, comecei a sentir leves dores no pé da barriga, que ao longo do trajeto foram aumentando. Feito o exame de toque, ouviram o coração da minha Nicole e estava tudo bem. Pediram uma ultrassonografia e também estava tudo normal como em todas as outras. Fui medicada com Buscopan e me mandaram para casa.
Mas as dores persistiram cada vez mais fortes. Retornei ao hospital no fim da noite, quando me pediram exames de sangue e urina, que indicaram uma infecção urinária (não acreditei muito nisso, pois eu havia terminado um tratamento para a mesma causa) e resolveram me internar, para o meu desespero. Era dia 16/04. No dia seguinte, já estava bem melhor e ansiosa para ter alta. Mas nem tudo é como esperamos, nada é do nosso jeito, a vontade de Deus é muito maior.
Na manhã do dia 18/04, voltei a sentir muitas dores, liguei para os meus pais e meu namorado, para que fossem ficar comigo, pois eu não estava aguentando. Enquanto deitada, senti algo escorrer pelas pernas, como se estivesse urinado. Ainda cheguei a ir ao banheiro, para trocar de roupa e me limpar, sem ao menos saber que era a minha bolsa que tinha rompido e que as fortes dores que eu sentia eram porque eu estava entrando em trabalho de parto.
Depois de três horas angustiantes e pensando que isso tudo estava acontecendo por conta da infecção urinária, eis que às 14 horas e 05 minutos do dia 18 de Abril de 2012 nasceu Nicole, na enfermaria mesmo, sem ninguém esperar. Até mesmo os médicos se assustaram quando a viram. Fiquei desesperada e feliz ao mesmo tempo, foi uma mistura de sentimentos.
Quando a colocaram encima de mim, tão rápido, fiquei nervosa ao ver seu tamanho (1 kg e 400 gramas). Eu não consegui escutar o seu choro, pois o nervosismo havia tomado conta de mim, eu mal havia conseguido olhar em seu rosto. Foi tudo tão rápido. Só pude vê-la no dia seguinte e foi uma emoção sem fim ver a minha filha naquela incubadora, repleta de fios e um tubo em sua boca. Não podia nem sequer tocá-la.
Quando pensei que ficaria perto dela todo tempo, resolveram transferi-la porque onde ela havia nascido não havia recursos nem vaga, pois não esperavam por ela. Foi mais desesperador ainda. Eu não queria que me afastassem da minha filha. Passei o dia chorando, até mesmo pensei em suicídio, pois não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo. Lembrei que, naquele momento, mais que tudo, a minha filha precisava de mim, e eu dela.
Contava os dias para a minha alta para que eu pudesse reencontrar a meu bebê. Quando a vi novamente, foi uma emoção incontrolável. Muito mais fios, um tubo maior, uma venda em seus olhos, aquela luz azul na incubadora. Começavam 60 dias (2 meses) intermináveis.
Era triste ter que deixar a minha filha lá, ter que vir embora sem ela. E o pior, não poder vê-la todos os dias, por ser muito distante da minha casa, só ter noticias pelo telefone. Foram muitos altos, grandes expectativas por dia, e muitos baixos, muito desespero. Ela havia ingerido o líquido na hora do parto, com isso teve inflamação, complicações respiratórias, entrou ar no seu pulmão, tiveram que colocar uma sonda para retirar, que a cada dia não ajudava, até ter que aumentar o tamanho da sonda.
Surgiu um buracão no seu coraçãozinho, que os médicos falaram que apenas com uma cirurgia fechava. Eu não acreditava mais na sobrevivência da minha filha. A cada dia ela perdia mais peso. Havia perdido totalmente a minha fé!
Mais a partir desse dia, pude ver o agir de Deus na vida da minha Nicole.
Ela não precisou de cirurgia no coração, pois aquele buraco havia fechado e aquele ar do seu pulmão saiu.
Tudo começava a ficar bem e melhorar a cada dia. Quando eu cheguei para visitá-la, soube que poderia pegá-la pela primeira vez. Como assim? Eu nunca havia pego um bebê recém nascido no colo, muito menos um daquele tamanho. Tão pequena. Foi lindo. Não queria mais soltar, queria permanecer naquele momento pra sempre e não precisar ir embora.
A partir daí, começou o drama do ganho de peso, dias que pareciam nunca chegar ao fim. Havia dias em que ganhava 50 ou 60 gramas, noutros em que perdia, para a minha tristeza, pois desejava e sonhava tanto com a saída da minha princesa.
No dia 13/06, ligaram para o meu marido e avisaram que no domingo (17/06) ela receberia alta. Foi a melhor notícia do universo! Corri para terminar de arrumar o quarto dela, e a ansiedade tomava conta de mim a cada dia, hora, a cada segundo. O domingo parecia nunca chegar.
Foi uma emoção tão grande no dia que fui buscá-la. Foi o seu renascimento, o meu também. Eu não conseguia parar de olhar e de tocá-la. Pedia para que chegássemos logo em casa, para me trancar no quarto só com ela. Mas havia uma grande festa nos esperando, todos queriam conhecer a Nicole.
Agora eu estava completa e havia a outra metade do meu coração junto a mim. A partir desse dia, eu havia me tornado verdadeiramente mãe. Hoje eu não sei viver sem ela, não consigo imaginar nem um segundo, nem um dia ou noite longe dela. Ela me trouxe uma felicidade, um amor inexplicável, me trouxe a vida.
Sempre quis ter uma filha que se chamasse Nicole e hoje faz todo sentido o seu nome. Nicole quer dizer a vitória do povo ou povo vitorioso. E ela foi a minha vitória, foi uma grande guerreira, e é até hoje. Uma grande vitória, a cada dia lutando para viver!
Hoje, com 1 aninho, não tem sequela alguma e é a criança mais linda do universo. Esperta, com muita saúde e a cada dia me ensinando a ser mãe. Fala algumas palavras "Papai", "vovô", "já", "água", "titia", menos "mamãe"(kkk). Começou a treinar seus primeiros passinhos, e enfim, a cada dia me traz muita felicidade.
Hoje eu sei que Deus é maior do que tudo, e que sem Ele não somos absolutamente nada. Só tenho a agradecer a Deus a cada dia pela vida da minha filha."
Jéssica, mãe da Nicole.