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19 de Julho de 2023
Minhas guerreirinhas, meus milagrinhos
Tenho uma história de milagres para compartilhar com vocês... Tenho um filho de 11 anos e o meu sonho era dar um irmãozinho para ele, até que um dia depois de várias tentativas consegui a tão sonhada gravidez aos 40 anos... indo completar 41. Mas o susto foi grande... descobri que era gemelar... duas meninas... mas estavam na mesma placenta e bolsas diferentes. Daí a preocupação começou, pois eu sabia que era uma gravidez de alto risco... só não imaginava passar por tantas coisas. Minha barriga não cresceu muito para quem estava esperando gêmeos, fui fazendo o pré natal rigorosamente até que um belo dia fazendo uma ultra descobri que uma das bebês estava com o percentil 0 de desenvolvimento. Descobriram então que eu estava passando por uma restrição seletiva de crescimento do feto A (hoje a Maria Clara) e daí por diante uma ultra atrás da outra, cada vez mais preocupada mas até que completei 28 semanas e 2 dias acusou diástole zero intermitente em cordão umbilical, fazendo eu partir para a antecipação da cesárea. Elas nasceram na madrugada do dia 7 de setembro, onde mal deu tempo de tomar a injeção para amadurecer seus pulmões.
Essas guerreirinhas nasceram valentes, resistiram às primeiras horas de vida com braveza. Ana Júlia com 990 gramas e a Maria Clara com 795 gramas. Nossas princesas passaram por muitas coisas na UTI, tais como transfusões sanguíneas, fototerapia, entubação e muito cpap. Quando completaram 1 mês de vida, a Maria Clara teve uma sepse bem complicada e não conseguiram achar o agente causador, ela só afundava cada vez mais e onde teve 3 paradas cardíacas, choque séptico e uma hipóxia severa. Ficou gravíssima entre a vida e a morte e teve hemorragia cerebral. Usou muitas drogas, o canal arterial do coração que tinha fechado voltou a abrir, o rim foi parando, enfim, ela tinha pouco tempo de vida mas a equipe médica nunca desistiu dela. Depois de muita oração e muitas preces um milagre aconteceu, minha Maria voltou para a Glória do Senhor Jesus. Foram 148 dias de muita luta. A irmã Ana Júlia estava em casa depois de quase 3 meses internada. Até que um dia em casa a Ana teve uma parada respiratória em casa e teve que voltar para a UTI às pressas, foi horrível. A Maria grave e a Ana voltando. Foram 9 dias de muitos sustos com a Aninha, mas Deus também foi maravilhoso com ela.
Depois disso ela teve alergia a proteína do leite e ainda teve que fazer uma cirurgia a laser nos olhinhos, pois ela saiu com o grau máximo da retinopatia da prematuridade. Para piorar a situação dela, a retina começou a descolar bilateralmente, onde quase a minha Maria iria ficar cega das duas vistas. Conseguimos uma clínica com excelentes médicos que cuidam dela até hoje, mais um milagre aconteceu e regrediu esse descolamento. Enfim, estamos em casa, com as nossas lutas diárias, muitos especialistas, terapias... estou morta de cansaço, mas feliz que matamos um leão por dia e por tudo o que a prematuridade deixou. Pra mim o mais chato disso tudo é o fato que a Maria tem dificuldade em ganhar peso desde a época do útero até nos dias atuais. Mas tenho a certeza absoluta de que Deus está cuidando de tudo.