15 de Setembro de 2021
Minha Linda Manuela
“Sou mãe da Manuela, uma pequena guerreira, muito forte e resiliente, que me enche de orgulho. Minha gestação foi tranquila, a fase mais gostosa da minha vida, fui muito mimada pelo meu marido, familiares e amigos e a Manu era muito aguardada por todos.
Fazia pré-natal todos os meses, exames, cuidava da alimentação e tomava vitaminas, corria tudo muito bem, a gravidez ideal. Certo dia notei um sangramento, fui até a maternidade, o obstetra que me atendeu disse que estava com uma candidíase, receitou uma pomada e pediu que eu fizesse um repouso de dois dias. Fui para a casa e fiz conforme ele me indicou.
Na madrugada de domingo o sangramento foi intenso, com coágulos, fui correndo ao hospital, tremendo, sem ar, com medo de que algo houvesse acontecido. Fui colocada no cardiotoco e o coração dela batia normal (alívio), fiquei em observação para fazer uma ultrassonografia na manhã seguinte, algum tempo depois tive um quadro hemorrágico e a cesárea precisava ser feita.
Manuela veio ao mundo com 32 semanas+5 dias, 44cm e 2.415kg, nunca vou esquecer daquele chorinho, teve apgar 10, estava ótima, apenas com um desconforto respiratório devido a prematuridade. Todos no centro cirúrgico comentavam o quanto ela era grande pra idade gestacional e linda, na minha cabeça ela estava bem, chegando lá vi ela entubada, com um dreno no pulmão, a respiração tão pesada que chegava a agoniar, fiquei em choque, o médico veio me dizer o que aconteceu com ela.
Estava com hipertensão pulmonar, pneumonia e formado um pneumotórax (por isso o dreno) e que o estado dela era muito crítico e as chances não eram boas, não entendi nada daqueles nomes estranhos, sai de lá e chorei muito pois o medo e a impotência deram lugar a alegria de ter ouvido o choro dela.
Foram 64 dias de luta, ela ficou cinco dias no óxido nítrico para curar a hipertensão pulmonar, três semanas com dois drenos no pulmão pois um só não estava dando conta, tomou medicação para fechar o canal arterial, teste do pezinho alterado, infecção generalizada, inúmeras paradas respiratórias, em apenas um dia, ela teve oito. Quando achávamos que ela iria para a casa, no dia do seu primeiro mêsversário ela teve uma crise convulsiva leve, foi medicada, ela estava muito sonolenta e com olhar perdido, não reagia a estímulos, poderia trocar fralda, dar banho, dar injeções que ela não reagia. O médico pediu ultrassom da cabeça e foi visto que ela tinha um acúmulo de líquido, foi feito a ressonância e confirmado a hidrocefalia.
Ela teve que fazer a cirurgia da colocação da válvula, só Deus para me dar conforto naquele momento de incertezas, precisei assinar um papel que falava de todos os riscos da cirurgia, hemorragia cerebral, coma, morte, entre outros. Senhor Jesus, que ouviu todas as orações e esteve com a manu e conosco em todos os momentos, a cirurgia foi um sucesso, e três dias depois ela ganhou alta da UTI e fomos para o quarto, no qual ficamos mais sete dias e depois pude trazer Manuela para a casa, estava tudo preparado para sua chegada.
Hoje ela está prestes a completar cinco meses, responde a todos os estímulos, não ficou com sequelas, é uma bebê linda, risonha e esperta, um verdadeiro milagre de Deus. Minha prima que trabalha no hospital que Manu ficou internada disse que todos comentavam que ela não suportaria todas as intercorrências, Deus provou que ele é o médico dos médicos e o último diagnóstico é dele. Deus honrou cada lágrima, cada oração, cada momento de desespero e nos deu a vitória, ele quem curou minha filha, que usou as mãos dos profissionais de saúde da melhor maneira possível. Então se você tiver passando por essa loucura de ter um filho em uma UTI sem perspectiva, ore, implore, Deus é fiel e tudo o que é pedido a ele com fé, é concedido!”
(Relato da mamãe Miriane, enviado em 2019)