24 de Setembro de 2023
Minha Estrelinha Helena
No dia 14/06/22, entrei em trabalho de parto com apenas 22 semanas de gestação. Eu não tinha noção que isso iria acontecer tão cedo e naquele período de gestação, pois o pré natal estava em dia. Foi um choque tremendo para nós, então fomos correndo para o hospital e chegando lá minha menina já estava prestes a nascer. Naquele momento o desespero tomou conta da gente pois não era o momento dela nascer, então fui medicada com muito remédio pra dor na veia e depois de quase 4 horas de medição a Helena voltou para o útero mas a bolsa continuava se rompendo, não podia dar um espirro que a bolsa saía e para piorar ainda mais a situação, peguei COVID no hospital mas Graças a Deus não atigiu a Helena. Fiquei internada por 14 dias sem conseguir me mover da cama, então consegui segurar ela na barriga por 11 dias completando 24 semanas e 3 dias de gestação e então no 24/06/22 a Helena veio ao mundo pesando apenas 610 gramas, ela era do tamanho de uma mão, tão pequena e frágil e ao mesmo tempo tão guerreira e com muita vontade de viver. A partir daí foram muitas lutas, cada 100 gramas que ela ganhava era uma esperança a mais no nosso coração, tudo estava indo perfeitamente bem. Ela chegou a pesar 3 kg e 100 gramas, até que se fizeram o teste do pezinho e vieram algumas alterações, achamos que era algo da prematuridade e não imaginava que seria algo tão grave.
A doutora explicou que se tratava de fibrose cística e ficamos desesperados pois para idade dela era uma doença muito grave e agressiva, a partir daí ela começou a mostrar sintomas da doença, não conseguia respirar sozinha, só com a ajuda de aparelhos. O tempo foi passando e os médicos não conseguiam tirar o oxigênio dela, foi se tornando dependente dele e sempre que começava a amamentação ela rejeitava o leite e a barriga se estendia por dias. Eu mal pegava minha filha e mal amamentei e isso me doía na alma pois sempre via as mães amamentando seus bebês indo pra casa e eu mal conseguia pegar ela no colo. Sempre me perguntava quando seria a minha vez, eu chorava tanto e sempre orava para que minha filha fosse pra casa comigo. Eram sintomas claros da fibrose cística, sempre que ela começava a ir pra frente sempre tinha algo pra atrapalhar e a partir daí foram mais lutas atrás de lutas, era muito tempo de uso de oxigênio e muitas intercorrências e o pulmãozinho dela foi ficando fraco até que chegou em um estágio que as medicações e todo tratamento não estava fazendo mais efeito,e u via que minha filhinha estava sofrendo mto. Apesar de tudo ela sempre sorria e tinha o olhar mais lindo que eu jamais vou esquecer. Ela ficou com a gente 3 meses e 28 dias, lutando até não suportar mais e se foi no dia 22/10/22, faltando 2 dias para completar 4 meses de vida, fiquei dilacerada. É uma dor que não se mede, mas Deus sabe de todas as coisas e eu não vou questioná-lo pois eu sei que Ele fez o melhor pra ela e para nós e isso me conforta de alguma forma. Esses meses que ficamos juntas foram os mais felizes da minha vida, jamais esquecerei dos momentos, independente do quão difíceis foram, pois tive o privilégio de ter convivido com ela durante esse período mesmo por tão pouco tempo. Sempre levarei em meu coração o sorriso e aquele olhar que me enchia de esperança. Era a coisinha mais linda e preciosa, vou amá-la pro resto da vida, tenho muito orgulho de ter tido o privilégio de ser a sua mamãe!