03 de Novembro de 2023

Meus milagres Théo e Liz

Ninguém nunca está preparado para viver a prematuridade. Minha gestação foi gemelar, posso considerar que foi uma gestação tranquila, fiz uso de AAS até um período da gestação, mas tive que interromper o uso devido a medicação ter me causado uma hemorragia digestiva. No fim das 32 semanas de gestação fiz um ultrassom no qual apontou que minha G2 (Liz) teve uma restrição de crescimento, fui orientada a mostrar o exame o mais breve para nosso obstetra, no dia seguinte entramos nas 33 semanas, fomos a consulta com nossa obstetra, identificamos que minha pressão estava um pouco alta, sai da consulta e fui direto fazer alguns exames e também aplicar a primeira injeção de amadurecimento dos pulmões.

No dia seguinte pela manhã olhei o resultado dos exames, que por sinal foram alterados, enviei para nossa obstetra, ela pediu que aguardasse o resultado de um dos exames que não estava pronto ainda e que acompanhasse a pressão, neste mesmo dia fui fazer a aplicação da segunda dose da injeção de amadurecimento dos pulmões e constatamos que minha pressão estava alta. Retornei para casa fiz contato com nossa obstetra novamente, foi quando às 18:30 horas nossa médica liga e diz: Fran você precisa ir para hospital, estou avisando a equipe que está de plantão que você está a caminho, teremos que interromper a gestação, Théo e Liz irão nascer amanhã, mais tardar no período da tarde, não se preocupe tudo ficará bem. Lembro que aquelas palavras ecoavam em meus ouvidos, tive medo, no banho conversei com Deus e pedi a Ele que nós guardasse de todo mal, consagrei mais uma vez a vida dos meus filhos a Ele, terminei de organizar as malas, esperei o meu esposo chegar para informar que os bebês iriam chegar no dia seguinte e que deveríamos ir para o hospital. Por volta das 20:00 horas demos entrada na maternidade, ali eu já não pensava em outra coisa a não ser que em questão de horas eu veria meus filhos pela primeira vez.

Não pensei em nada de ruim , apenas entreguei nas mãos de Deus e pedi que estivesse ao nosso lado. Passei a madrugada em preparação para o parto que foi agendado para a manhã do dia seguinte. Com 33 semanas de gestação, Théo e Liz tiveram que vir ao mundo em uma cesárea de emergência. Théo nasceu pesando 1,920 kg e medindo 44,5 centímetros e Liz com 1,330 kg e medindo 39,5 centímetros. Não pude tê-los em meus braços naquele momento pois devido a prematuridade precisaram ir direto para UTI neonatal. Eu sabia que teríamos muitas lutas ainda a vencer, mas não desanimei, mantive minha fé firme. Meus filhos nasceram consideravelmente bem, precisaram de UTI devido a baixa de peso. Nesta caminhada tiveram uma infecção devido a prematuridade do intestino, tiveram que ficar sem receber alimentação, fizeram uso de antibióticos e outras drogas fortes, Théo se recuperou bem com a primeira medicação, já Liz teve que trocar de medicação por não ter se recuperado, foram dias de muita angústia, medos e incertezas, sempre chegamos na UTI esperando por notícias boas mas nem sempre conseguimos sair de lá completamente felizes.

Neste período eu nunca duvidei de que Deus estava ali segurando as nossas mãos e curando nossos filhos. Me vi de uma forma que nunca havia visto, reconheci minha força e sabia que mais uma vez era Deus que me sustentava. Théo ficou 14 dias na UTI, Liz ficou 26 dias e no total ficamos 37 dias vivendo dentro de um hospital. A lição que tiro de tudo isso é que a Fé move montanhas, a prematuridade é difícil, mas junto com ela também podemos ver um lado bom, aprendemos a dar valor nas coisas e gestos simples, valorizamos a vida e as pessoas que temos perto de nós, renovamos a nossa fé. Hoje fico na torcida e em oração por todas as famílias que passar por esse desafio. Não desanimem , não percam a fé, a esperança! ¹ Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. (Hebreus 11:1)

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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