

06 de Novembro de 2024
Meu pequeno Pedro veio ao mundo com 29 semanas, 1800kg e 40cm
Estava com 5 semanas quando descobri que estava grávida, foi uma gravidez difícil, pesada, me sentia muito cansada, com 9 semanas comecei a inchar, os médicos diziam que eu ia ter pré-eclâmpsia devido a idade, estava com 41 anos e é no segundo filho. Comecei a fazer tratamento para a pré-eclâmpsia, tive infecção urinária na 16° semana, na 20° semana, num exame de ultrassom a médica chamou a minha atenção para a placenta que estava muito baixa, minha médica do pré natal falou que até a 24° semana a placenta ia subir, o que não aconteceu, de acordo com o ultrassom que fiz. Quando estava com 25 semanas minha pressão ficou 9x4, fui ao pronto socorro e fiz vários exames, a médica que me atendeu disse que poderia ter sido um pico mas o que chamou a atenção dela foi a placenta baixa, fiz uma ressonância e foi detectado placenta prévia, com 28 semanas. Fui dormir com muita dor de cabeça, acordei na madrugada e estava sangrando, fiquei internada dois dias e tive alta, repouso absoluto, mas na madrugada comecei a perder líquido, internei novamente para segurar ao máximo a gravidez, mas como tive placenta rupper e o bebê entrou em sofrimento, fiz uma cesárea de emergência com 29 semanas, meu bebê nasceu com 1800 kg e 40 centímetros. Não pude pegá-lo nos braços e ele foi direto pra UTI neonatal… depois de um parto muito difícil, tive hemorragia devido a placenta prévia e fiquei internada por 4 dias.
Sair da maternidade sem o meu bebê foi doloroso, vazio, fiquei devastada, emocional estava no pé, mas precisava ser forte porque o meu bebê, na UTI, precisava de mim. Ia todos os dias para o hospital e ficava com ele das 8h até às 21h, era cansativo, eu estava exausta, recém parida e sem puerpério. Meu filho teve algumas complicações mas superou todas, ficou entubado por 5 dias, fez tratamento para icterícia por 10 dias, tinha muita queda de saturação, toda vez que eu chegava na UTI e ouvia os bipes dos aparelhos meu coração vinha pra boca, a noite eu colocava o celular no volume máximo porque tinha medo de me ligarem pedindo pra que eu fosse ao hospital. Mãe de bebês de UTI é uma jornada única, dolorida, que mexe com a sua estrutura e da família, é muito difícil, mas Deus nos honrou. Meu filho hoje está com quase um ano, tem sequelas da prematuridade extrema, mas ele é forte, lindão, esperto e agora faz gracinhas.