21 de Junho de 2023
Meu pequeno milagre
No dia 12/10 por volta das 14h senti fortes, achei que fosse gases, não dei muita importância, foi começando a ficar um pouco mais forte e não aliviava.
Às 17hrs resolvi ir ao hospital para pegar um remédio para o alívio dessa dor. Estava feliz, brincando com minha filha, ela dava vários chutinhos. Depois de um longo tempo de espera fui fazer alguns exames para ver se estava tudo normal mesmo e se realmente era só gases.
Após um tempo, viram que minha pressão subiu bastante, fizeram mais exames e descobriram que era pré-eclâmpsia, estava avançando e precisava ficar internada para outras avaliações.
Fui ao chão, como aquilo estava acontecendo, assim do nada, pois tinha feito meu pré-natal há três dias atrás e estava tudo bem. Tomei corticoide para fortalecer o pulmão da minha filha, pois ainda era pequena, 27 semanas de gestação, foi um desespero. Fui internada naquele mesmo dia, já no dia 13/10 solicitaram um ultrassom para visualizar melhor a situação, rezava para que os exames feitos estivessem errados e que sairia dali naquele dia mesmo. Não foi bem assim, no ultrassom viram que o líquido amniótico tinha diminuído muito, e que minha filha estava muito pequena para idade gestacional, pronto ali mesmo meu mundo foi ao chão mais uma vez, sempre fui bem atenta a isso, não percebi nenhum líquido durante a gestação.
Aguardamos o laudo do médico, ainda com um pouco de esperança de que aquela situação seria resolvida e poderia finalmente voltar para casa. Enfim o médico veio já com uma cara não tão boa, e me disse que não teria jeito, ela não estava desenvolvendo e que teria que ser feito a “interrupção da gravidez”, sim interromper, não fazer o parto nem tentar salvar a vida da minha filha mais de fato tirar ela de mim. Uma menininha de 7 meses já está praticamente pronta para nascer, mas ainda queriam a interrupção.
Eu não aceitei, quis sair dali na mesma hora, não sabia o que fazer. Liguei para várias pessoas desesperadas, meu namorado a todo tempo do meu lado tentando a todo custo fazer também o possível para me acalmar e ter uma solução naquele momento.
Saímos do hospital sem permissão médica e fomos para Maternidade Octaviano Neves, onde os exames deram o mesmo que na outra maternidade, mas tinha uma coisa diferente, iriam salvar minha filha, ela ia nascer, minha esperança subiu novamente mesmo com alguns médicos falando que o caso era grave.
Tivemos muita fé em Deus, mesmo chorando com todos os pensamentos, perguntando o que será que eu fiz, agarrei em Deus naquele momento, se passavam horas e eu estava ali, esperando. Finalmente às 23 horas do dia 13/10 fui internada novamente e encaminhada para sala de pré-parto, tomando vários medicamentos para que nada acontecesse. Às 4:30 da manhã chegou o momento, fui para a sala do parto, imaginando se iria escutar o choro da minha menina, nervosa, pedindo a Deus para olhar para nós duas. Depois de tempos de espera às 4:49 da manhã do dia 14/10/2020, nasceu meu milagre, uma menininha linda de apenas 620 gramas, com um choro tão alto que me emocionei, os médicos não acreditavam que aquela mini pessoinha ia ter um choro tão forte. Mas que alegria que eu tive, ver o rostinho da minha pequena guerreira.
Ela foi direto para a UTI neonatal para que tivesse todos os cuidados. Fiquei internada três dias, ainda com a pressão muito alta com o risco de convulsões, todos os dias visitava ela. Em cinco dias minha guerreira saiu da intubação, foi para uma ventilação menor, começou a ganhar peso rapidinho, foi uma alegria. Em 15 dias pegou 200 gramas, tudo funcionando perfeitamente, todos ficaram bobos com a melhora rápida dela, e tudo graças a Deus. Sem ele não sei o que faria. Agradeço aos profissionais da Maternidade Octaviano Neves em Belo Horizonte e em breve levarei minha filha para casa.
(Relato da mamãe Ingrid enviado em 2020)