21 de Junho de 2023
Meu pequeno Andres
Tudo começou quando a bolsa estourou com apenas 28 semanas, desde então Andres aguardou no forninho com os médicos tentando ao máximo deixá-lo bem lá dentro, mas depois de uma semana ele decidiu vir de todas as formas, com uma dilatação de 10 dedos.
Os pais de Andres não puderam conhecê-lo no dia, ainda que ele tivesse nascido as 10 da manhã, pelo fato que ele não conseguia respirar de nenhuma forma, até que seu pulmãozinho estourou, e pela sua falta de oxigênio começou a haver uma hemorragia cerebral, mas era apenas de grau l.
Os médicos colocaram um dreno em seu pulmãozinho, e passaram a acompanhar minha hemorragia cerebral (chegou a depender 70% de uma máquina para respirar, havia dia que eu não podia pôr a mão nele porque a saturação abaixava muito rápido). Com o tempo Andres foi dependendo menos do oxigênio, às vezes ele piorava novamente e voltava depender mais do oxigênio, o médico chegou a pensar que ele teria que ir para casa dependendo de oxigênio mas graças a Deus não precisou.
Quanto a hemorragia, ela foi piorando, até chegar grau IV, o maior grau que poderia chegar de hemorragia, e foi uma das coisas que mais doeu em mim, mas fui forte, cheguei enfraquecer algumas vezes enquanto o assistia na incubadora, mas eu não poderia mostrar isso para ele, apenas deveria mostrar como estava feliz por ele estar sendo tão forte. Andrés chegou a ter retinopatia grau l, mas já está tudo ok quanto a isso, a hemorragia cessou e se tornou um cisto, e hoje em dia usa bombinha, mas em breve vai diminuir aos poucos o uso da bombinha.
Meu conselho aos pais que estão passando por isso é: não se apegue às recaídas, se apegue às melhoras! Quando o médico vir e te dar uma má notícia, de mais valor pra boa notícia. Ele piorou? Mas ele engordou hoje! Ele emagreceu? Mas ele está vivo e ouve sua voz! Não se entregue ao medo de perdê-lo, nem ao medo do que pode acontecer daqui um tempo, se apegue em perceber como seu filho está lutando para sobreviver a algo que sinceramente, muitos adultos não aguentam. Com amor a todas as mães e pais.
(Relato do papai Francis enviado em 2021)