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22 de Março de 2023
Meu milagre, Rosanna
Olá, seguidores! Meu nome é Karina, moro na cidade de Araçatuba, interior de São Paulo.
Durante minha vida até antes de descobrir a gestação maternidade era algo de fato que eu não queria na minha vida, embora o instinto maternal aguçado.
Porém aos 31 anos de idade no mês de julho dia 11/07 descobri que estava grávida de 3 meses.
Foi um choque, uma tormenta, eu fiquei sem chão, pois fazia uso do anticoncepcional a risca. Meus pais, namorado, amigos e familiares desde então tentavam incansavelmente me convencer que tudo mudaria, eu sempre acreditei muito em Deus e em suas escolhas, mas estava difícil pra mim.
No dia 11/09 descobri que eu seria mãe de uma menina e com 5 meses um pouco mais conformada eu já conseguia pensar no rostinho que ela teria, mas ao mesmo tempo eu chorava porque não era o que eu queria.
Quando completei 6 meses de gestação, comecei a ter problemas com a pressão arterial, ela subia de mais, e várias e várias noites eu precisava ir às pressas para o pronto socorro. Nessa correria toda fui diagnosticada com uma gestação de alto risco e que teria que fazer acompanhamento pelo AME da minha cidade.
Em uma dessas madrugadas de correria para o pronto socorro fui e não mais voltei. No dia 11/11 eu fui internada na santa casa de Araçatuba, pois o médico disse que devido a gravidez de alto risco minha gestação de 6 meses poderia vir a ser interrompida.
Fui diagnosticada com pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp (pesquisem sobre).
Fui internada pelo SUS, na Santa Casa de Araçatuba tomei as vacinas para a maturação do pulmão e ai começou minha jornada.
Todos os dias eram exames diferentes, ultrassom para acompanhar a bebê, conheci muitas meninas.
Eu me sentia perdida e traída por Deus, pois ele sabia que eu não queria, eu não conseguia entender o propósito dele. Na santa casa fiquei sem poder ver meus familiares, meu namorado, as pessoas que eu gostava, e minha rotina havia passado a ser repouso, e amizade com pessoas que nunca tinha visto.
Vi mães que perderam seus bebes, mamãe que saiam felizes com sua criança no colo, a única pessoa próxima que eu via era minha mãe. Que o tempo todo esteve lá como acompanhante, mãe, amiga me dando a força que eu precisava. Foram 10 dias internada, 15 dias, 20.
Meus exames sempre eram alterados e os médicos sempre me lembravam sobre o risco que eu corria devido a pré eclampsia e a síndrome de Help além de outras alterações. Passei por 5 quartos diferentes, conheci tanta gente. Fiz amizade com as enfermeiras, médicos, já tinha apelido de moradora. Por volta de 25 dias internada eu surtei, pois não tinha previsao de alta, eles perguntavam quem eu gostaria de ver de meus familiares ( cheguei a pensar que ia morrer), nesse meio termo perdi um tio que eu amo muito não pudr abraçá-lo e saber que ele não ia ver minha filha fazia doer mais.
Minha mãe todas as noites antes de dormir rezava o terço, naquela cadeira desconfortável, sem reclamar estava sempre firme e forte ao meu lado. Meus irmãos, namorado, pai me davam a força da forma que podiam via WhatsApp. Eu não aguentava mais ficar lá, então resolvi entregar a Deus, confiar no que ele tinha pra mim, aceitar o ciclo que tinha que se iniciar e me despedir do que eu vivi.
Quando chegou na manhã de 11/12 com exatamente 1 mês de internada, o médico entrou no quarto dizendo que meus exames estavam piores e que minha bebê estava entrando em sofrimento fetal, me deu 10 minutos para estar em sala de cirurgia. Naquela hora eu não senti medo por mim, mas sim porque minha bebê não mexia, eu sabia que eu não podia ficar nervosa pois se minha pressão subisse poderia me dar eclampsia e minha bebê desmanchar na minha barriga e ambas perderem a vida.
Confiei em Deus, no SUS, fizeram todos os procedimentos possíveis para me ajudar naquela hora, foi Cesária as 11 horas e 11 minutos, do dia 11/12, Rosanna nasceu, com 32 cm e 1 kg e 110.
Colocaram ela pra eu ver tão rapidamente eu estava dopada, ouvi o choro dela e lá se foi ela pra UTI NEONATAL prematura de 32 semanas.
Embora o tempo ela nasceu respirando bem, sem problemas foi pra lá somente pelo peso e por ser prematura. Fiquei mais 4 dias internada pois tinham medo da pré eclampsia ainda, eu queria tanto a minha alta, mas no dia que recebi, doeu muito saber que minha bebê ficaria lá.
O PIOR DIA DA MINHA VIDA FOI VIRAR AS COSTAS PRA SANTA CASA E DEIXAR MINHA FILHA LA.
Eu sabia que lá estava segura e que receberia todo suporte, mas eu queria ela nos meus braços
A Rosanna teve que ser muito forte, pois sabemos que não é fácil é uma luta, o ganho de peso de um prematuro é difícil e a perca é muito fácil, foram 48 dias dela internada. Eu ia ver todas as manhãs para conversar com a medica também, e o papai ia no período da noite.
O dia feliz foi quando pude pegar ela no colo pela primeira vez, devia ter uns 20 dias ela de internada.
No quadragésimo oitavo dia eu com 1 kg e 825 eu pude trazer ela para casa FOI O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA.
Hoje ela é sadia, forte e eu grata a Deus e ao SUS por todo o suporte que deram. Hoje entendo o propósito que Deus tinha pra mim, e sei que eu tive que passar por tudo aquilo, ninguém podia passar por mim.
Ser mãe de prematuro é ter fé, ter força, é confiar na medicina. Ser mãe de prematuro nos torna especial