23 de Julho de 2024
Meu grudinho
Eu sou a avó de uma menininha incrível, que nasceu prematura extrema. Com apenas 26 semanas e pesando 700 gramas, ela passou 90 dias na UTI. Minha filha teve um sangramento com 24 semanas, resultando na constatação de placenta rota. Ficamos no hospital, aguardando chegar às 34 semanas, mas um grande sangramento aconteceu na 26ª semana e a pequena Catarina veio ao mundo. Ao vê-la, tão pequenina, eu não sabia se ela sobreviveria. Em meio ao silêncio da maternidade, em plena pandemia de COVID, eu implorei a Deus para não me abandonar. Todas as noites eu ia visitar minha netinha, Cada dia era uma vitória, um desafio superado. Recebemos alta após muitas complicações, cientes de que o desafio estava apenas começando. Passamos o ano com ela, sem nenhuma infecção, nenhum problema respiratório, com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e a incerteza sobre seu desenvolvimento. Dormíamos com ela no colo, pois chorava no berço, enfrentando problemas de sucção e sensoriais. Eu criava brinquedos para acalmá-la, até que, aos 7 meses, a coloquei sentada no carrinho pela primeira vez e percebi seu medo. Eu segurei sua mão com força e disse "Não se preocupe, vovó está aqui e vai cuidar de você". A partir desse momento, construímos um forte vínculo e eu tive certeza de que ela seria perfeita. E assim foi, Sem sequelas graves, apenas um leve desequilíbrio sensorial. Uma criança inteligente e vibrante que nos encanta a cada dia. Se você passa por um momento assim agora, acredite na força desse bebê e no poder de Deus e do universo. A vida é resistente e o amor sempre supera os obstáculos.