06 de Junho de 2023

Maria Gabriela nosso milagre

Tudo começou no dia 11 de setembro de 2022, era domingo de manhã quando minha bolsa estourou. De início eu achava que era impossível pois eu estava só com 24 semanas, fui até a UPA da minha cidade (Andradina SP) e lá o médico fez um toque e depois um ultrassom e constatou que realmente havia estourado a bolsa. O nome que eles usavam era bolsa rota. Como minha cidade não tem neonatal, me transferiram até Araçatuba e lá fizeram novamente exames e ultrassom e disseram que um parto de 24 semanas era um parto onde o bebê poderia não sobreviver, que iam tentar segurar mais um pouco. Quando foi no dia 16 de setembro as contrações e sangramento aumentaram e eu comecei a entrar em trabalho de parto, não tinha mais como segurar. Eu estava com 25 semanas, mas antes dela nascer eles me disseram que ela poderia não sobreviver por ser uma prematura extrema. Maria nasceu por parto normal com 28 centímetros pesando 820 gramas e quando eu a escutei chorando eu sabia que ela ia sobreviver e que ela era forte. A levaram para UTI e a entubaram, após o parto desci pra vê-la e lá a médica me disse que o quadro dela era gravíssimo e que poderia entrar a óbito nos primeiros 4 dias e que o uso do oxigênio por conta dela estar entubada poderia causar sequelas. Eu entreguei nas mãos de Deus e de nossa senhora a vida de Maria, não era à toa que ela tinha esse nome, eu sabia que Deus e nossa mãe não deixariam nada daquilo que eles me disseram acontecer com ela. Eu tive alta depois de 5 dias e minha luta começou pois viajava 120 km todos os dias pra poder ver minha filha, eu pegava um ônibus às 4 horas da manhã e chegava no hospital às 6 horas. Eu só consegui pegá-la no colo pela primeira vez após 2 meses, foi o dia mais feliz da minha vida poder segurá-la, mas as batalhas eram grandes. Foram várias tentativas de extubar mas ela ficava muito cansada e por conta do uso de oxigênio ela teve displasia pulmonar que dificultava mais ainda e a deixava muito cansada. Com 120 dias eles decidiram que o melhor a fazer naquele momento era uma traqueostomia, confesso que eu me assustei e chorei muito mas entreguei nas mãos de Deus. No dia 13 de janeiro de 2023 Maria fez a cirurgia e ocorreu tudo bem, 5 dias depois ela não estava mais usando ventilação e respirava sozinha só na nebulização. Saiu da sonda, mamou pela primeira vez e usou sua primeira roupinha. No dia 24 de janeiro de 2023 ela teve alta e pôde vir pra casa, a mesma bebê que disseram que não sobreviveria e que se sobrevivesse teria sequelas. Maria hoje está com quase 9 meses de nascida, pesa 6 kg e não tem nenhuma sequela. É traqueostomizada e em breve com a graça de Deus venceremos a traqueostomia igual vencemos a UTI e a prematuridade extrema.

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