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11 de Novembro de 2013
Kauan e Bryan: alegria em dose dupla
“Olá a todas mamães guerreiras!
Sou mãe de dois príncipes lindos que Deus mandou para me completar!
Descobri que estava grávida com 4 meses de gestação. Nas consultas do pré-natal, o médico me dizia que estava tudo ok, mas não me disse em nenhum momento que eram dois bebês. Até que, em uma consulta, perguntei se ele não escutava dois coraçõezinhos baterem, pois eu sabia que havia uma grande chance de ter gêmeos, porque minha mãe tem uma irmã gêmea, mas o doutor, com muita ignorância, me disse que não escutava nem um direito, imagina dois!
Certo dia, peguei um resfriado daqueles, que não sarava de jeito nenhum. Então, fui ao Pronto Socorro, e a obstetra receitou um remédio que eu poderia tomar sem nenhum mal ao bebê. Como eu não tinha feito nenhum ultrassom ainda, pedi que a doutora marcasse um para eu fazer, pois estava com 4 meses e meio. Depois de alguns dias de espera e ansiedade, acordei cedo, me arrumei, e fui com o meu marido até o hospital para fazer o exame marcado. Eu estava nervosa, pois, como era pelo SUS, demorou mais do que eu esperava, mas fui chamada. O meu marido não pode entrar comigo, pois a sala era pequena, e lá fui eu, nervosa e ansiosa.
A Dra. passou o gel sobre a minha barriga, e logo quando encostou o aparelho do ultra na minha barriga, já fez sinal para mim que eram dois. Não acreditava nisso! Não sabia se ria, se chorava, se levantava... Fiquei totalmente perdida no tempo. Ela me perguntou o que eu achava que era, e desde quando descobri que estava grávida, tinha certeza absoluta que iria ser menino. Eu respondi: ‘acho que é menino!’. E ela disse que eu tinha acertado. Me perguntou do outro e eu disse que era outro menino também, e, de fato, acertei de novo! Saí da sala numa felicidade extrema, estonteante. Quando falei ao meu marido, ele quase caiu para trás, achava que era mentira, mas ficou muito feliz. Aliás, não apenas eu e ele, mas a família inteira, afinal, gêmeos são alegria em dose dupla!
Por serem gêmeos, ou seja, gravidez de risco, eu fazia ultrassom a cada 2 semanas. Nos ultra, a médica ficava com uma cara de dúvida, quando verificava se meus bebês estavam bem. Em uma das consultas, ela disse que alguma coisa estava errada, mas não sabia o porquê. Faz um ultrassom daqui, um ultrassom com Doppler ali, um ecocardiograma fetal... e nada! Comecei a fazer ultrassom a cada semana, pois o que a médica dizia era que o meu líquido amniótico estava acima do normal.
Então, em um dos exames, ela viu que, em uma bolsa o líquido estava aparentando normal, mas na outra ainda estava alterado. Em outro ultrassom, mais delicado, ela viu que havia um problema na minha placenta, com o cordão umbilical de um dos bebês. Eu estava entrando nos nervos, com medo de que alguma coisa viesse dar errado. E foi em um desses ultras de acompanhamento que a médica falou que iria me internar, pois um dos bebês estava em sofrimento fetal, pois a minha placenta não estava mandando nem sangue e nem nutrientes suficientes para ele.
Entrei em choque. Como meus bebês nasceriam tão pequeninos? Fiquei internada quatro dias esperando vaga para os meus bebês na UTI Neonatal. Uma obstetra veio conversar comigo, explicando que fariam uma cesárea, pois os bebês ficariam melhores fora da minha barriga. Fiquei muito triste por não conseguir segurar eles. Fui para a sala da cirurgia com muito medo que desse algo errado, mas Deus esteve comigo e com eles em todos os momentos.
Entrei para a cirurgia às 20h e, às 20h44min, do dia 13 de maio de 2013, ouvi um chorinho, baixinho, de um dos meus pequenos, e, às 20h45min ouvi um outro chorinho, baixinho também. Chorei de emoção na hora. Queria ver os meus bebês, e não pude. O pediatra fez todos os procedimentos com os dois, e, por desconforto respiratório, eles foram encaminhados a UTI Neonatal. A partir disso, outra luta iniciava: a de ver as mamães na maternidade com seus bebês, e eu sem os meus. Foi muito doloroso. Eu tentava esconder a tristeza, mas não aguentava.
No dia seguinte, quando pude levantar da cama, tomei banho e fui direto na UTI. Levei um susto ao ver seres tão pequenos e frágeis naquela situação. Procurei a incubadora dos dois, e logo achei os meus príncipes, coisa mais linda desse mundo. Eles nasceram um com 1,740 kg e 40 cm e o outro com 1,550 kg e 41 cm. Ficaram no CPAP apenas no dia do nascimento. Quando fui conhecer os meus anjinhos, eles não estavam mais com o aparelho, estavam com soro. Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, por vê-los daquele jeito, sem poder beijar, acariciar e amamentá-los. Após 3 dias, tive minha alta. Nunca vivi dor maior do que deixá-los naquele hospital, perdi meu chão!
E foram lutas e mais lutas. Saía de casa às 7h30min da manhã, ordenhava o leite às 08h, 11h, 14h, 17h e 20h e saía do hospital às 20h30min. Muitas vezes não saía leite suficiente, por causa dos estresses, do nervosismo, mas, quando estava pensando em desistir, jorrava leite. Era muito difícil ouvir o boletim médico, pois um dia eles estavam ótimos, já no outro, pegavam infecção. Eles ficaram na UTI por 4 dias, e depois passaram para o semi-intensivo.
O Kauan, que nasceu com 1,550, só estava, digamos, acompanhando o irmãozinho, pois ele não teve nenhuma intercorrência. Reagiu super bem, estava lá para ganhar peso, e logo foi para o bercinho no semi, usando roupinhas. Foi um pouco complicado dele pegar o peito, mas conseguiu, e eu o amamentava. Para o Bryan, foi mais difícil, ele ainda estava com a sonda. Ele pegou duas infecções hospitalares e colocaram o cateter, o qual ele tem a marquinha dos pontinhos até hoje, mas reagiu super bem aos antibióticos. Finalmente, pude amamentar o Bryan, que demorou dois dias para pegar o peito, mas conseguiu também! A médica disse que era só esperar mais dois dias para acabar o antibiótico do Bryan para eles irem embora. Nossa, foi o dia mais feliz da minha vida, não sei nem explicar qual é a emoção!
Com o milagre de Deus, os meus meninos tiveram alta depois de 33 dias de internação. Hoje eles estão super bem, irão fazer 4 meses de só felicidade!”
Rayssa, mãe do Kauan e do Bryan
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