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10.07.2019

VSR e a prematuridade

Se você tem um bebê prematuro, com certeza já ouviu a sigla VSR por aí, assim como os perigos da bronquiolite. A gravidade da ocorrência pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) nos prematuros acontece por estarem dentro dos grupos de risco, sabia? Além desses fatores, o nascimento com baixo peso, a alveolarização pulmonar incompleta, vias aéreas de menor calibre e sistema imunológico incompleto aumentam a chance. Confira esse conteúdo exclusivo sobre a doença, sua relação com a prematuridade e ainda como proteger os pequenos!

VSR: a causa da bronquiolite

Ao apresentar o VSR, normalmente também fala-se da bronquiolite, não é mesmo? A bronquiolite é uma das principais infecções respiratórias e causa de hospitalizações em bebês, principalmente abaixo de dois anos de idade. É comumente mais grave em bebês nascidos prematuros, com cardiopatias congênitas ou broncodisplásicos, conforme explicamos já aqui.

O VSR causa infecção aguda em indivíduos de todas as idades. Sua relação com doenças respiratórias acontece a partir do momento em que o trato respiratório é atingido, desenvolvendo em alguns casos quadros de Bronquiolite Viral Aguda (BVA), Pneumonias virais, sibilância, tosse persistente e obstrução de vias áreas, dificultando principalmente a capacidade de ser amamentado ou outra oferta via oral. Porém, vale lembrar que o VSR não é o único vírus que causa bronquiolite. Existem inúmeros outros que ocasionam o mesmo quadro respiratório, como, por exemplo, podemos citar o Adenovírus, Bocavírus, Rinovírus, Parainfluenza, Influenza (Tipos A, B ou C) e Metapneumovírus.

Muitas mães e pais têm dúvidas sobre o risco do VSR estar presente somente até os 2 anos de idade para as crianças. Beatriz Levy, fisioterapeuta do Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre (RS), integrante da equipe do Babybrain Institute e consultora científica da ONG Prematuridade.com, esclarece que “o risco da infecção viral pelo VSR é maior no primeiro ano de vida, sendo virtualmente bastante comum a exposição até o segundo ano de vida. As reinfecções pelo mesmo vírus ocorrem durante toda a vida, entretanto o acometimento de vias aéreas inferiores predomina na primoinfecção (1º contato)”. Por isso, é tão importante estar informado e saber qual a melhor forma de prevenir!

Prevenção

A imunização disponível para os prematuros, erroneamente difundida como a “vacina do prematuro”, não pode ser classificada como tal medida, segundo explica Beatriz: trata-se de um anticorpo monoclonal humanizado direcionado contra a glicoproteína de fusão de superfície do VSR, fornecendo imunidade de forma passiva.

O benefício do uso da imunoprofilaxia com esse anticorpo em prematuros segundo as recomendações do Ministério da Saúde indica o uso para bebês prematuros de três grupos:

  • Crianças prematuras nascidas com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas ( até 28 semanas e seis dias), com idade inferior a um ano (até 11 meses e 29 dias);
  • Crianças com idade inferior a dois anos (até um ano, 11 meses e 29 dias) com cardiopatia congênita e que permaneçam com repercussão hemodinâmica, com uso de medicamentos específicos;
  • Crianças com idade inferior a dois anos (até um ano, 11 meses e 29 dias) com doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia pulmonar) e que continuem necessitando de tratamento de suporte, tais como o uso de corticoíde, diurético, broncodilatador ou suplemento de oxigênio, durante os seis últimos meses anteriores ao cadastramento.

A gravidade de manifestação da doença e redução dos dias de hospitalizações nas unidades de terapia intensiva pela infecção do VSR em crianças que receberam essa imunização foi apresentada em inúmeros artigos científicos com alto poder de confiabilidade nos últimos anos. No site, explicamos mais sobre os grupos de risco e sazonalidade do VSR.

Meu filho está com VSR e agora?
Quando a criança estiver doente, evite o contato com demais crianças, a fim de minimizar a disseminação viral até a resolução dos sintomas. A especialista Beatriz Levy orienta que é válido a desobstrução de vias aéreas com lavagem sequenciais com soro fisiológico, sucção de secreções e, principalmente, evitar ambientes fechados que favoreçam esta proliferação.

A importância da avaliação por equipe multidisciplinar acontece desde os primeiros sintomas, sendo primeiramente necessário avaliação médica especializada, contato com fisioterapeuta respiratório em casos mais graves para adequação do quadro ventilatório, assistência de enfermagem em caráter ambulatorial e hospitalar quando necessário fornecendo orientações à família. O quadro de infecção pode ocasionar períodos de má nutrição alimentar, sendo necessário também o acompanhamento nutricional adequado. Muito comum a criança ficar inapetente, apresentar perda de peso em decorrência da obstrução de vias aéreas.

Como sabemos, a prematuridade é o principal fator de risco para hospitalização por bronquiolite. Os prematuros geralmente apresentam imunidade mais baixa, em função da menor transferência de anticorpos maternos para o bebê. Por serem pequenos, suas vias aéreas (brônquios, bronquíolos) são menores, o que eleva ainda mais o risco. Somado a isso, a baixa reserva de energia (pelo baixo peso), as infecções recorrentes e uso de alguns medicamentos também contribuem para que eles estejam entre os mais afetados pela doença. Por isso, é fundamental que as famílias sejam orientadas de forma adequada sobre os riscos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e mais ainda sobre os cuidados e as maneiras de prevenção. Em caso de dúvidas, consulte os médicos responsáveis para avaliar as necessidades de cada criança.

Fontes:
Diretrizes para Manejo da Infecção causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Sociedade Brasileira de Pediatria, 2011.
Portal Fio Cruz
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC

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