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07.10.2020

Vida pós-prematuridade: acompanhamento multidisciplinar é essencial para desenvolvimento de crianças

É de mãos dadas com a mãe, Maria Renata Martins, que Samuel, de um ano e quatro meses, caminha seguro. Embora ainda não ande sozinho, ensaia com empenho a conquista do seu próximo marco de desenvolvimento. O garoto nasceu prematuro, na 36ª semana de gestação. Pelo fato de Maria ter diabetes, a gravidez era considerada de risco.

Com sete dias de vida, Samuel apresentou icterícia, problema que deixa olhos e pele amarelados. A família, que mora em Beberibe, a cerca de 70 quilômetros de Fortaleza, buscou atendimento na rede estadual. Primeiro, o menino foi atendido no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e, em seguida, no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), ambos da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado.

Após ficar internado por uma semana, Samuel passou a ser acompanhado por pediatra, neuropediatra e fonoaudiólogo no HGWA. Como o menino apresentava deficiência auditiva, diagnosticada durante a internação, a família e a equipe do hospital redobraram os cuidados para que ele pudesse crescer e se desenvolver com qualidade de vida.

“Ele gosta muito de brincar de bola e de carrinho, de andar na motinha dele. Ele tem uma rotina saudável. Sou muito grata pelo acolhimento no HGWA. Meu filho está bem hoje por conta de todo o cuidado que a equipe do hospital tem com ele”, afirma Maria.

Acompanhamento multidisciplinar

Proporcionar desenvolvimento e bem-estar a crianças prematuras tem sido possível pela atenção multidisciplinar e o cuidado humanizado, que envolve diversos profissionais do HGWA. “A prematuridade não é uma só, ela se divide em várias fases, que vai desde o limítrofe, por volta de 36 e 37 semanas de gestação, até o mais cedo, por volta de 26 e 27 semanas. Quanto mais prematura, mais a criança precisará de um acompanhamento intensivo e multidisciplinar”, explica a coordenadora médica da Unidade Neonatal do HGWA, Jocélia Bringel.

O cuidado multiprofissional visa atender a demandas específicas de cada bebê e deve acontecer ao longo dos primeiros 1000 dias de vida, também chamada de primeira infância. É somente por volta dos dois anos de idade que, em geral, crianças prematuras atingem o desenvolvimento de um bebê nascido dentro do tempo habitual, após 38 semanas de gestação.

“O bebê prematuro passa por diversos desafios próprios dessa condição. Damos a ele o tempo necessário para que se adapte ao nascimento. Por exemplo, um bebê que nasceu após sete meses de gestação e que hoje tem um mês de vida, em tese nem deveria ainda ter nascido. Dessa forma, eu não posso exigir dele as mesmas habilidades de um bebê que também tem um mês de vida, mas que nasceu com 38 semanas. Nesse caso, nós aguardamos completar as 40 semanas que deveria ter durado a gestação da mãe para verificar nele os marcos de desenvolvimento esperados de um bebê que tem um mês de vida”, explica Raquel Meneses, pediatra do HGWA.

Samuel continua sendo acompanhado por pediatra no HGWA e por neurologista no HIAS. “Os atendimentos me esclarecem sobre como cuidar dele, pois, graças às orientações que recebo, o desenvolvimento dele não atrasou tanto, considerando a deficiência dele. Samuel tem melhorado muito mesmo. Eu irei para as consultas até o momento em que disserem que não é mais preciso. Vou com ele até onde for preciso”, garante Maria Renata. Em Beberibe, Samuel também recebe os cuidados de fisioterapeuta e segue em atendimento fonoaudiólogo.

Para Raquel Meneses, o vínculo familiar possui importante papel na superação dos desafios e no alcance das conquistas do bebê prematuro. ‘Uma das coisas mais importantes é os familiares acreditarem no potencial dessas crianças. Assim, é importante investir tempo para ir às consultas e cuidar do bebê em casa, seguindo as orientações que trazem benefícios para a família em todos os sentidos”, ressalta a médica.

Fonte: Governo do Estado do Ceará (notícia original publicada em 10/07/20).
(Texto: Edwirges Nogueira - Ascom do HGWA
Imagem: Jeorge Farias)

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