Notícia original publicada em 03 de maio de 2014.
Durante o período de gestação, mãe e filho passam por diversos exames a fim de garantir condições saudáveis para ambos, afinal uma nova vida está sendo formada e depende de muita atenção. Logo após o nascimento, o cuidado dos pais e médicos deve continuar, incluindo a realização de outros testes para averiguar como será o desenvolvimento do bebê e detectar possíveis problemas que não foram possíveis de serem percebidos na gravidez.
[caption id="attachment_13715" align="alignright" width="300" caption="O teste do olhinho é rápido, fácil e indolor. (Foto: Adriana Franciosi/Agencia RBS)"][/caption]
Entre os muitos exames que devem ser realizados nos recém-nascidos, um dos mais importantes é o Teste do Olhinho. Conhecido também como Teste do Reflexo Vermelho, o exame deve ser realizado, preferencialmente, ainda na maternidade, a partir das primeiras 48 horas do bebê. Segundo o oftalmologista Richard Yudi Hida, o teste é rápido, de um a dois minutos de duração, fácil, indolor e não há necessidade do uso de colírio.
— Ele é feito com um oftalmoscópio, equipamento parecido com uma lanterna, na qual sai uma luz e é possível enxergar o reflexo alaranjado das pupilas— explica o especialista.
De acordo com o médico, o reflexo esperado na pupila de uma criança, sem quaisquer problemas, é que a retina reflita tons de vermelho, laranja ou amarelo.
— O efeito é parecido como quando tiramos fotos com flash, o que quer dizer que a retina está dentro dos padrões de normalidade no eixo óptico examinado, sem nenhum obstáculo para a entrada e saída de luz— esclarece ele.
Caso o reflexo não seja possível de ser visto ou a visão ficar dificultada ou esbranquiçada, significa que há alguma alteração em uma das estruturas do eixo da visão, podendo ser alguma doença ocular que possa causar uma cegueira irreversível. Entre as doenças e problemas que o diagnóstico pode prevenir ou tratar estão: retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, tumores oculares (retinoblastoma) e traumas de parto.
Segundo o Ministério da Saúde, por meio do Teste do Olhinho, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, mas, como na maioria dos serviços pediátricos do país, os recém-nascidos não são examinados adequadamente e não há cobrança dos pais, muitas vezes por puro desconhecimento. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) estima que 40 mil crianças sejam cegas no mundo e, desse total, 94% encontram-se nos países em desenvolvimento.
A mãe ainda pode realizar um exame prévio em casa: basta tirar uma foto com flash da criança de frente para ela (não tire a foto de lado). Caso o reflexo da pupila dos olhos não fique alaranjado, pode ser sinal de alguma alteração. O teste caseiro serve apenas como um alerta ou ajuda no diagnóstico. Ele não substitui o Teste do Olhinho, que deve ser feito por um médico pediatra ou oftalmologista.
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Fonte: Diário Catarinense