ONG Prematuridade.com ressalta a importância da identificação e tratamento do problema.
Neste mês, a campanha Setembro Amarelo reforça a discussão sobre temas relacionados à saúde mental e, quando a questão envolve as gestantes, o assunto também precisa de reforço, uma vez que estudos já demonstraram que o estresse e a depressão podem levar ao parto prematuro, a maior causa de mortalidade infantil de crianças menores de 5 anos. Pesquisas também já mostraram que o impacto emocional da depressão materna pode prejudicar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança, com consequências a médio e longo prazos.
Apesar da depressão pós-parto ser mais falada, sua ocorrência durante a gravidez também é comum. Revisão sobre o assunto, feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, estimou que até 20% das futuras mães brasileiras podem apresentar sintomas da doença durante a gestação.
A fundadora e diretora-executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani, pontua que diversos fatores clínicos e sociodemográficos estão associados ao aumento do risco de depressão, como violência doméstica, dificuldades financeiras, gravidez não planejada, falta de apoio familiar e social, histórico de sintomas depressivos ou episódios de depressão no passado.
“Outra questão é que, além das modificações hormonais, mudanças psicológicas podem ocorrer com mais intensidade para algumas mulheres. Então, é fundamental que a gestante receba todo o apoio necessário das equipes multiprofissionais que a acompanham e que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar os problemas que essa mãe possa estar enfrentando e acolhê-la, encaminhando para o tratamento adequado”, fala.
A depressão durante a gestação afeta tanto as mães quanto os bebês. Uma pesquisa de 2018, realizado pelo Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King's College London, no Reino Unido, e publicado na revista científica Psychoneuroendocrinology, constatou que os bebês de mães que tiveram quadro depressivo durante a gravidez se mostraram mais hiperativos, chorosos e produziram cortisol (hormônio associado à resposta ao estresse) em circunstâncias que as demais crianças encararam com normalidade.
"A depressão deve ser reconhecida e tratada, para o bem da mãe e para a saúde integral do bebê”, salienta Denise.
O cuidado à saúde mental no pré e pós-parto
Quando complicações na gestação resultam em um parto prematuro, os desafios podem impactar a família, trazendo momentos de angústia. Para atender aos familiares nesse perfil, a ONG Prematuridade.com dispõe de um Núcleo de Saúde Mental. São dois grupos: o Núcleo de Saúde Mental para famílias com bebês internados na UTI Neonatal e o Núcleo de Saúde Mental voltado para gestantes de alto risco, situações que demandam muito do emocional dessas mulheres e que, a maior parte delas, não encontra acolhimento de suas angústias, medos e tristezas.
Os núcleos são abertos para mães, pais, tios, avós ou qualquer pessoa que faça a função materna ou possa ajudar no suporte às mulheres. As reuniões acontecem via Zoom, todas as quintas-feiras às 20h, alternando-se, conforme calendário publicado no Instagram da ONG Prematuridade (@ongprematuridadecom). A participação é gratuita e a inscrição deve ser feita através do e-mail: saudemental@prematuridade.com. É encaminhado para o participante um questionário simples para sabermos em qual núcleo vamos direcioná-lo. Após o direcionamento, incluímos no grupo de WhatsApp, onde mantemos conversações, postamos conteúdos, vídeos, o link da nossa reunião e assuntos diversos pertinente a cada grupo”, explica Aline Hennemann, vice-diretora da ONG Prematuridade.com.
"Na prematuridade, estamos lidando com a família que sente a chegada de um bebê antes da data prevista, quebrando as expectativas e podendo gerar sentimento de culpa, incapacidade, medo, que se, não tratados adequadamente, podem acarretar adoecimentos psíquicos, dificuldade no vínculo com o bebê e no cuidado dele", fala a psicanalista Simone Dantas, coordenadora de Núcleo de Saúde Mental da ONG Prematuridade.com.
Simone conta que muitas mulheres chegam com semblantes abatidos e mal conseguem falar dos seus sentimentos. “Aos poucos, vão escutando um ao outro e sentindo-se mais confiantes para falar da sua experiência e isso vai trazendo alívio, alegria, pequenos sorrisos, o entendimento que elas não são as únicas e não estão abandonadas em suas dores”.
Sobre a ONG Prematuridade.com
A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, é a única organização sem fins lucrativos dedicada, em âmbito nacional, à prevenção da prematuridade, à educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas aos interesses das famílias de bebês prematuros.
A ONG é referência para ações voltadas à prematuridade e representa o Brasil em iniciativas e redes globais que visam o cuidado à saúde materna e neonatal. A organização desenvolve ações políticas e sociais, bem como projetos em parceria com a iniciativa privada, tais como campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias, entre outras.
Atualmente, são cerca de 5 mil famílias cadastradas, mais de 200 voluntários em 23 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/.
Observatório da Prematuridade - A ONG também produziu o Observatório da Prematuridade, documento desenvolvido com base nos dados coletados pela Numb3rs Analytics e nas altas
hospitalares codificadas pela plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil® no período de 1º de janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021.
O material reúne diversos cenários de todo o país, como números de partos por tipo (vaginal ou cesareana); quantidade de leitos de UTI neonatal; número de consultas de pré-natal realizadas; quantidade de pediatras por estado; faixa etária das mães (uma vez que complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de problemas – entre os quais a prematuridade-, segundo a Organização Mundial da Saúde), entre outros.
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