"Você está com o seu bebê, naquele momento íntimo e feliz e de repente... Nhac! Ele morde o peito ou o mamilo provocando, no mínimo, uma grande dor e um belo "ai"! Não são todos os bebês que mordem, pelo contrário: eles são minoria, cerca de 15% ou 20%.
Geralmente a mordida é motivada por algum desconforto do bebê, o mais comum é a coceira causada pelo surgimento dos dentes, que acontece por volta dos 6 meses, às vezes um pouco antes, outras bem depois.
Mas também podem vir em consequência de um resfriado ou até uma infecção de ouvido, que dificultam a capacidade de deglutição da criança. Neste caso, o jeito é segurar o bebê mais próximo do peito. Assim, o leite chega mais facilmente a ele, e o processo fica menos doloroso para a mãe. Outro fator importante é a pega, o jeito como o bebê mama. Se a pega estiver correta o risco de mordidas é quase zero. Isso porque, na pega adequada, a língua do bebê cobre os dentes inferiores e o queixo dele fica pressionado sobre o peito, impedindo a mordida.
O bebê pode estar motivado por outro tipo de incômodo, o chamado "ruído", que pode ser a movimentação de outras pessoas na mesma sala em que está acontecendo a mamada, o barulho da TV... Ele vai tentar ver o que está acontecendo ao seu redor e vai levar o mamilo junto, tombando a cabeça para trás. O que a mãe pode fazer nessas situações é se isolar e buscar um lugar calmo, fazendo valer a intimidade e paz que o momento da amamentação pede. Mãe e bebê têm que estar na mesma sintonia, curtindo o momento, sem distrações.
Do mesmo jeito que o bebê se dispersa com ruídos externos, a mãe também pode se desconcentrar e comprometer o processo. E se a criança for um pouco mais velha ela pode usar a mordida para chamar a atenção dela. Se ela estiver conectada ao filho vai perceber até a iminência da mordida, como a mudança no padrão da pega, inquietação durante a mamada ou até uma mordida leve que pode vir quando o bebê está adormecendo e fecha a boca sem se dar conta. Caso isso aconteça, afaste-o do peito e substitua o mamilo pelo dedo.
Para que as mordidas não virem rotina é preciso que a mãe tome uma posição firme. O bebê já entende comandos como o “não”, dito na hora da mordida. Além disso, tire o peito gentilmente enquanto repreende a criança e mude a posição dela no colo. É importante que o bebê entenda que a mordida não deve ser encarada como uma brincadeira. O morder é uma fase que passa sem que seja necessário fazer o desmame. Se você notar desconforto pelo nascimento dos dentes, ofereça um mordedor geladinho antes de cada mamada; isso vai anestesiar a gengiva e diminuir a coceira.
Se não deu para evitar a mordida, o jeito é tratar a lesão. Caso seja superficial, o leite materno dá conta do recado, é só passar um pouco no mamilo e aréola e deixar secar por 10 a 15 minutos à luz do sol. Se a coisa foi mais feia, uma boa opção é passar pomada à base de lanolina na área afetada e dar uma folga de um dia para o peito machucado. Existem pomadas que podem ser usadas durante a amamentação. Fique de olho no seu filho e continue amamentando."
Fonte: http://revistapaisefilhos.com.br/revista/edicoes/quando-o-peito-vira-mordedor