Objetivo do projeto é torná-lo um instrumento de humanização na assistência aos bebês em sua relação com os pais e com a equipe ao trazer um pouco da história da família para dentro da UTI.
Um projeto que vem ganhando espaço nas unidades de Terapia Intensiva de hospitais em todo o Brasil também foi adotado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HC-UFG/Ebserh/MEC). É o projeto “Prontuário Afetivo”, que foi implementado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal) e na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) do HC-UFG.
O prontuário afetivo traz informações sobre o paciente que vão além do seu nome e número de prontuário, pois ele passa a ser identificado por seus gostos, hábitos e um pouco da história de vida desse paciente. A ideia de adotar o projeto na UTI Neonatal e na Ucin do HC-UFG partiu da psicóloga que atende as duas unidades, Melissa Viana Telles. Ela explica como surgiu a ideia. Eu li uma reportagem sobre prontuários afetivos em pacientes adultos internados em UTI. Nos prontuários estavam descritos um pouco da história de cada um e seus gostos pessoais. Em seguida, pensei que eu poderia criar algo para os bebês da UTI Neonatal e da Ucin”.
Segundo Melissa Telles, o objetivo desse projeto é torná-lo um instrumento de humanização na assistência aos bebês em sua relação com os pais e com a equipe ao trazer um pouco da história dessa família para dentro da UTI, ambiente que, de modo geral, é percebido com medo e frieza. O prontuário afetivo é uma forma de aproximar os pais e bebês, que estão distantes devido à internação hospitalar. “Estimulamos tanto os pais quanto a equipe para trazerem alguma informação sobre o bebê, como seu comportamento, o significado do seu nome ou se possui irmãos, dentre outros, com a finalidade de reaproximar pais e bebês, uma vez que foram distanciados tão precocemente pela internação hospitalar”, explica.
A ideia foi muito bem aceita por pais e profissionais que trabalham na UTI Neonatal e na Ucin. Para Rayane Alves Magalhães, mãe de uma bebê internada na UCIN - Berçário, a ideia foi extraordinária. “É uma ideia extraordinária, pois demonstra um pouco sobre nosso bebê, além da doença que eles têm, como realmente eles são e o que eles gostam, os apelidos carinhosos que as mamães dão para eles, o que os deixa calmos, entre outras coisas. Amo demais esses prontuários”, afirma Rayane.
A mãe de um bebê internado na UTI Neonatal, Ayla Carolina Souza Santos, também gostou muito da ideia. “É uma ótima ideia, porque dá para ver que o pessoal daqui é preocupado com meu filho. Não só com ele, mas com todos as crianças”.
Ação em outros hospitais da Rede Ebserh
O prontuário afetivo tem sido adotado em outros hospitais da Rede Ebserh/MEC. No Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), o projeto foi adotado nas enfermarias que atendem pacientes com covid-19. No Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa-Ufal), profissionais da Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Unidade de Reabilitação também adotaram o projeto e o prontuário afetivo está sendo fixado no leito dos pacientes internados nas Clínicas Médica, Oncológica e Cirúrgica de modo com que todas as pessoas que tenham contato ou prestem algum tipo de cuidado conheçam o paciente para além do seu diagnóstico.
Sobre a Rede Ebserh
O HC-UFG faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2014. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HC-UFG/Ebserh/MEC
Fonte: Gov.br