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28.12.2016

Projeto em SP capacita professores para identificar alunos com deficiência

Duas iniciativas têm ajudado muitas famílias de São Paulo. Pais e avós de pessoas que têm necessidades especiais. É um drama que muitas mães vivem em silêncio, dentro de casa.

Jornal Nacional: É muito difícil ter filhos em condições especiais?
Francisca Bezerra: Muito, em todos os sentidos. No sentido de médico, de aparelhos, escolas. Tudo, na realidade.

Sair de casa com cadeira de rodas é apenas uma das dificuldades. Por isso o projeto ‘Cadê você?’ vai aos bairros procurar essas pessoas para dizer a elas tudo o que elas têm direito. “Quando eu passo a informação, quando eu estou empoderando essa família, ela sabe como procurar e onde procurar. Então, esse resultado é muito positivo”, destaca a coordenadora do projeto, Maria Aparecida Valência.

A ONG organiza mutirões, leva médicos para avaliar os pacientes e orienta as famílias. “Mesmo com ordem judicial, não estava conseguindo a cirurgia. Aí ele já passou no médico, no ortopedista, de escoliose, só estamos esperando”, conta Francisca.

O ‘Cadê você?’ atua para melhorar vidas, mas e se em alguns casos desse pra impedir um problema? Esse é o projeto da Apae de São Paulo e da Secretaria Municipal de Educação.
Eles capacitaram um batalhão de professores. Ao todo, 1800, um terço de todos os que trabalham com crianças de até 4 anos, justamente para antecipar problemas.

“Na verdade, eu não percebi. Quem percebeu foi a escola, juntamente com uma professora dela, pelo fato de eu só ter ela como filha única. Então, não tem como você comparar”, conta Eliane Silva, mãe de uma aluna.

É que a filha da Eliane não se interessava muito pela brincadeira de roda, não era muito de falar com as coleguinhas. Para a mãe e até para alguns professores, isso podia ser só o jeito da menina.

Uma professora cuida de 18 a 25 crianças de até quatro anos de idade. Daí você pode imaginar que nem sempre a sala de aula é o ambiente mais tranquilo do mundo. Demora às vezes para professora conhecer a fundo as características de cada criança. E o projeto é justamente para isso, para dar mais segurança para o professor, para ele conseguir identificar o que é personalidade da criança ou que é um sinal de que ela precisa de um pouco mais de atenção.

Além de capacitar os professores, o projeto cria uma rede. Porque mesmo que o professor identifique um problema... “Muitas vezes, ele não tem com quem conversar, ele não tem uma pessoa que tenha uma especialização ali, que possa dizer se aquilo é um sinal que realmente tem que ser cuidado ou não”, explica o diretor-presidente da Apae de São Paulo, Felipe Clemente dos Santos.

Com a equipe treinada, o centro educacional onde a filha da Elaine estuda soube direitinho o que fazer. “O projeto nos deu segurança, confiança para chamar os pais e fazer os encaminhamentos necessários”, conta a coordenadora pedagógica Fabiana Pimenta.

Agora, a menina é acompanhada por psicólogos e, na sala de aula, recebe o apoio que precisa. Um atendimento assim, desde cedo, garante um futuro melhor para ela, como a mãe quer. “Se fosse só de mim, ia passar despercebida, e, futuramente, quando viesse perceber, talvez seria tarde. Então isso foi muito importante para o desenvolvimento dela”, avalia Eliane Silva.

Confira o vídeo completo com a reportagem aqui.

Fonte da notícia: G1 (notícia original publicada em 27/12/16)

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