Notícia original publicada em 27 de fevereiro de 2014.
Por Rosemary Byfield
[caption id="attachment_12105" align="alignleft" width="300" caption="Foto: Mario Tama/Getty Images"][/caption]
Bebês prematuros têm maior risco de sofrer vários tipos de problemas mentais na primeira parte da vida adulta, dizem pesquisadores britânicos.
O transtorno bipolar é a doença psiquiátrica mais comum que se manifesta em maiores de 16 anos que nasceram prematuramente. A depressão e a psicose também têm um risco maior de incidência nos prematuros do que em bebês nascidos no tempo ideal.
A pesquisadora chefe deste estudo, a Dra. Chiara Nosarti, do Instituto de Psiquiatria do Kings College de Londres, disse que a equipe encontrou uma ligação muito forte entre o nascimento prematuro e uma série de problemas de saúde mental, embora a pesquisa tenha sido limitada aos casos mais graves de doença mental.
“Uma vez que foram considerados apenas os casos mais graves que resultaram em hospitalização, pode ser que, em termos reais, esta ligação seja ainda mais maior”, ela afirmou em um comunicado.
Em colaboração com pesquisadores suecos, a equipe do Kings College analisou dados referentes a quase um milhão e meio de nascimentos e registros médicos na Suécia entre 1973 e 1985.
Eles também identificaram todos os internados em hospitais psiquiátricos no ano 2002, entre as idades de 17 e 29.
Os resultados, publicados na revista Arquivos Gerais de Psiquiatria (Archives of General Psychiatry), demonstraram que os jovens nascidos antes de 32 semanas de gestação são sete vezes mais propensos a desenvolver o transtorno bipolar do que aqueles nascidos a termo. Indivíduos que nasceram muito prematuros são também três vezes mais propensos a sofrer de depressão e duas vezes e meia mais propensos a ter psicose.
Os bebês prematuros são particularmente vulneráveis a lesões cerebrais, como resultado de complicações no parto.
“Acreditamos que o aumento do risco de distúrbios mentais nas pessoas que nasceram muito prematuramente pode ser explicado por alterações sutis do desenvolvimento cerebral”, afirma Nosarti.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado uma ligação entre o nascimento prematuro e um risco aumentado de esquizofrenia. Este estudo é o primeiro a examinar uma ampla gama de problemas de saúde mental.
“A associação mais forte que encontramos neste estudo”, afirmou Nosarti, “foi com distúrbios de saúde mental que se sabem ter uma forte base biológica, tal como o transtorno bipolar”.
Os resultados dão peso à teoria de que anomalias no desenvolvimento do cérebro das pessoas que nasceram prematuramente pode desempenhar um papel importante para a saúde mental mais tarde.
A equipe de pesquisa também revelou que os nascimentos prematuros estão associados com um risco aumentado de perturbações alimentares, dependência de álcool e de drogas.
Nosarti e sua equipe sugerem que dados de nascimentos a prematuros devem ser considerados quando se investigar e tratar problemas de saúde mental em jovens adultos.
“Futuras investigações sobre os mecanismos associados ao aumento do risco de saúde mental após o nascimento prematuro podem auxiliar na identificação precoce de crianças com alto risco, que poderiam então ser identificadas antecipadamente e acompanhadas de perto, para decidir quando e quais intervenções podem ser apropriadas”, disse ela.
Quase 50 mil bebês nascem prematuramente na Inglaterra e no País de Gales a cada ano, de acordo com estatísticas do governo.
No entanto, os riscos devem ser analisados a partir da perspectiva de que os casos mais graves de prematuridade afetam apenas um em cada seis da população geral.
Fonte: Epoch Times