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26.12.2014

Prematura nascida com 455 gramas, Dafiny é o presente de Natal dos pais


Notícia original publicada em 24 de dezembro de 2014.

por Felipe Alves

[caption id="attachment_15639" align="alignright" width="182"]Valdiane e Geraldo com Dafiny, que agora, aos seis meses, pesa 2,7 quilos. (Foto: Rosane Lima/ND) Valdiane e Geraldo com Dafiny, que agora, aos seis meses, pesa 2,7 quilos. (Foto: Rosane Lima/ND)[/caption]

Sob aplausos e lágrimas, Dafiny saiu pela primeira vez da maternidade nos braços da mãe Valdiane na tarde da terça-feira. Depois de seis meses internada na UTI neonatal por complicações no parto prematuro, Dafiny ganhou peso, saiu dos 455 gramas de quando nasceu para 2,7 quilos, cresceu de 27 para 48 centímetros, e está reunida com toda a família pela primeira vez. O presente de Natal neste fim de ano não poderia ser melhor para a designer Valdiane Ribeiro de Sousa, 35 anos. Ao receber da enfermeira a filha nos braços, foi difícil conter a emoção. “Estou muito feliz, nada se compara a esse momento. Será o melhor Natal de todos, é uma sensação de vitória", disse.

Vitória, aliás, passou a ser o segundo nome da pequena guerreira, que foi registrada como Dafiny Vitória de Sousa Vilas Novas. Na maternidade, todo mundo a conhece como Dafiny. Mas na família o nome Vitória foi adotado depois de tanta luta pela sobrevivência.

Nascida em 14 de junho, Dafiny teve pressa de vir ao mundo. Não chegou a completar nem seis meses na barriga da mãe, e quis logo sair.

Pela prematuridade, Dafiny nasceu frágil e pequena. Precisou ficar três meses na incubadora, sem contato algum com os pais, para se recuperar, e mais três meses na UTI neonatal. Apesar de ter nascido com 455 gramas, ela perdeu peso e chegou a ter 360 gramas. Teve que passar por três cirurgias e aguentou firme. “Foi muito sofrimento, esperamos que tudo corresse no prazo natural e não aconteceu. De uma hora para a outra, foi o que Deus quis. Ela saiu da barriga para uma incerteza. Foi um processo difícil, mas que ela teve muita garra, força e determinação", contou Valdiane.

Do hospital para a casa, em Palhoça, Dafiny parecia cautelosa com o mundo novo que se descortinava a sua frente. Os olhinhos abertos, arregalados e inquietos só se acalmavam quando a mãe lhe dava a mamadeira. A rotina na casa agora será outra, com muito trabalho pela frente para cuidar da bebê. “Não estávamos preparado para tudo isso, mas ela é muito bem-vinda. Vamos passar bastante tempo com ela essa semana", disse o pai, Geraldo Ribeiro Vilas Novas, 48.

Seis meses de incerteza e Natal em família

Pais de um jovem de 18 anos, Geraldo e Valdiane haviam tentado ter filhos diversas vezes. Depois que já tinham descartado a ideia de mais um filho, Dafiny chegou de surpresa. A gravidez correu bem até que, com 25 semanas, Valdiane começou a perder líquido e foi preciso fazer a cesárea. Logo que nasceu, Dafiny ficou internada na incubadora sem contato com os pais. “Foi um processo difícil, pois ela passou pelas cirurgias, a gente ficava na expectativa da recuperação, para saber se ela teria sequelas", disse Valdiane.

O casal teve que conciliar os horários dos trabalhos com a rotina diária de acompanhar Dafiny na maternidade. Nos três primeiros meses, tudo que eles podiam fazer era rezar e observá-la de longe por uma ou duas horas. Com a boa recuperação, Valdiane começou a dar de mamar para Dafiny. “É uma filha muito desejada, lutou o que pôde, um presente de Deus para nós”, afirmou.

Como Valdiane é do Maranhão e Geraldo de Minas Gerais, a família mora longe, mas foi a amiga Elizete Ferreira, 49 anos, que ajudou o casal durante todo o processo. “Foi gratificante ver ela se recuperar. Houve muitas surpresas pelo caminho, muita ansiedade e expectativa para a melhora da Dafiny”, disse Elizete, emocionada com a saída da menina da maternidade.

Dafiny ficará sob os cuidados atentos dos pais para que não perca peso, coma de três em três horas, e possa continuar em casa. “Ela tem que ganhar imunidade agora, mas terá muita atenção. Estamos com o coração aberto para recebê-la”, disse a mãe.

Caso raro na medicina

De acordo com o pediatra Remaclo Fischer, Dafiny teve uma prematuridade extrema, o que fez com que ela nascesse com peso muito baixo, um caso raro. Por conta do peso e da fragilidade, a bebê passou por três cirurgias no intestino. “No início nos preocupou muito, ela chegou com condições clínicas muito desfavoráveis, precisou de ventilação mecânica. É muito delicado por ser uma criança em situação de muito sofrimento, o que tentamos minimizar ao máximo”, disse.

Segundo o médico, com um trabalho em equipe dos funcionários da Clínica Santa Helena e com o apoio frequente da família, foi possível liberar Dafiny para passar o Natal em casa. Após as três cirurgias, ganho de peso e de tamanho, ela pôde ir para casa pela primeira vez. “É muito emocionante, estamos estamos muito felizes, pois a Dafiny ensinou muito", afirmou Fischer.

Fonte: RIC Mais

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