Bom dia! Vocês já ouviram falar disso?
A Daisy Correa, que nos acompanha, teve um bebê de 34 semanas por bolsa rota e infecção urinária. Quando ela pegou os resultados dos exames da placenta dela, lá constava: "corioamnionite crônica" e "infarto placentário". Ela questiona se essas alterações poderiam ter levado ao parto prematuro... A resposta é SIM, Daisy. E fica um alerta: mães que já apresentaram corioamnionite devem ter mais cuidado em futuras gestações! Confiram no post. Daisy, obrigada pelo contato e pela paciência. Beijão!
Uma das possíveis complicações que se pode ter na gravidez é a infecção das membranas placentárias e do líquido amniótico, que PODE levar a um parto prematuro. Embora seja pouco frequente, se ocorre uma ruptura prematura das membranas (RUPREME ou ROPREMA) os germes da vagina ou do reto podem passar para o útero, infectando-o. Um acompanhamento rigoroso da gestante e um diagnóstico precoce evitarão esses riscos.
Para que serve o líquido amniótico?
Este líquido forma-se na 4a semana de gravidez, quando o embrião já está aninhado nas paredes do útero e quando começa a se formar a cavidade amniótica, a qual irá encher de liquido. Durante o 1o trimestre, este líquido é um ultrafiltrado do plasma sanguíneo materno, mas a partir da 12ª semana também o bebê intervém com a sua urina.
O líquido amniótico protege a criança de lesões externas, serve de amortecedor para as pancadas e evita que a pressão que os seus próprios órgãos exercem afecte o bebê. Além disso, mantém o bebê quente (à temperatura do seu organismo), ajuda a desenvolver os pulmões e alimenta o bebê, já que cada gole de líquido amniótico proporciona ao seu bebê eletrólitos e proteínas.
Também é um importante indicador do estado de saúde do bebê e de possíveis complicações. No caso de existir em excesso, pode determinar que sejam gêmeos, que haja diabetes ou más-formações do feto. Se há pouco, significa que existe um perigo claro, devido, por exemplo, a uma fissura na bolsa ou a um problema no sistema renal do bebê. Isto pode provocar infecções uterinas ou que o feto comprima o cordão umbilical, o que fará necessário adiantar o parto.
Graças ao líquido amniótico podem-se diagnosticar más-formações, já que ele contém um grande número de células fetais com as que se pode conhecer o cariótipo do bebê e saber se ele sofre de anomalia cromossômica.
O que é a corioamnionite?
A corioamnionite é uma infecção das membranas placentárias (âmnio e córion) e do líquido amniótico devido a uma infecçãobacteriana.. É pouco frequente, apresenta-se em cerca de 1 a 2 % de todas as gestações, mas é mais comum nos partos prematuros visto que a corioamnionite pode causar bacteremia (infecção no sangue) na mãe e provocar um parto prematuro e uma grave infecção no neonato.
Durante a gestação, o muco cervical e as membranas ovulares formam uma importante barreira que separa o feto e o líquido amniótico (esterilizados) do canal vaginal (carregado de bactérias), pois quase nunca se observam germes no líquido amniótico antes do parto.
Mas, às vezes, se há uma ruptura prematura das membranas, os germes passam ou "sobem" da a vagina até ao útero, infectando o líquido amniótico. A infecção também se pode produzir através do sangue ou depois de um procedimento obstétrico invasivo, como a amniocentese. O risco de contágio depois de uma amniocentese diagnóstica é aproximadamente de 1%; depois de transfusões intra-uterinas é de cerca de 5%.
Os organismos geralmente responsáveis da corioamnionite são os que normalmente se encontram na vagina, incluindo a E-coli. Os estreptococos grupo B também podem produzir a infecção.
Quais são os sintomas?
Sintomas principais: febre, aumento da frequência cardíaca na mãe e no feto, dor ou sensibilidade no útero, odor desagradável do líquido amniótico e leucocitose materna (>15 000 leucócitos/mm3).
Estes sintomas podem se assemelhar aos de outros transtornos, então é necessário um exame minucioso do obstetra para que se tenha certeza. O diagnóstico é realizado através de análises laboratoriais para detectar a infecção. Às vezes é necessário controlar o líquido amniótico através de uma amniocentese (extração do liquido com uma agulha).
As mulheres que tiveram um episódio prévio de corioamnionite devem ter mais cuidado em futuras gestações, visto que apresentam mais risco de voltar a apresentar outro episódio similar (embora não necessariamente). O papel do obstetra na sua prevenção consistirá em realizar cultivos de urina e vagina, investigações para descartar infecção por clamidia e mycoplasma, e cultivo do reto para descartar infecção por estreptococos do grupo B. Também se tratará de identificar em futuras gestações a aparição de ameaça de parto prematuro e de RUPREME.
Complicações
Os riscos mais frequentes associados à corioamnionite são: bacteremia da mãe ou do feto, aumento da mortalidade perinatal, descolamento prematuro da placenta, atonia uterina, etc.
Tratamento da corioamnionite
O tratamento dependerá do estado de saúde da gestante e dos seus antecedentes de saúde, do avanço da doença, da sua tolerância a certos medicamentos e das expectativas de evolução do transtorno.
Imediatamente quando se diagnostica a infecção também se administram antibióticos para tratar a corioamnionite. Frequentemente é necessário induzir o parto para prevenir complicações na mãe ou se o feto está em perigo, e continuar com os antibióticos uma vez que deu à luz.
Recomenda-se, sempre que se possa, optar por um parto vaginal para evitar a contaminação da cavidade peritoneal durante o nascimento. Mas perante qualquer problema, deve-se partir para uma cesareana. De fato, o índice de cesareanas em pacientes com esta infecção é bastante alto devido ao fato de ser frequente o trabalho de parto disfuncional ou o sofrimento fetal.
Infarto Placentário
O infarto placentário é decorrente de tromboses em vasos da placenta, que causam interrupção do fluxo sanguíneo para o bebê. A trombose é uma obstrução das artérias e veias, causadas por coágulos que se formam no sangue.
Esse tipo de doença, que não inviabiliza a gravidez e pode passar despercebida, também está, no entanto, associada a perdas fetais ou abortos de repetição e deve ser tratada, de preferência, ainda antes da gravidez.
Se a doença que causou os infartos persistir, pode se repetir em gestações futuras, mas sem uma causa identificável não é possível prever se ocorrerá de novo. Esses casos exigem acompanhamento por equipes que trabalham com gestação de alto risco, com hematologistas, especialistas em medicina fetal, obstetra e enfermagem.
Fontes: http://www.todopapas.com.pt/gravidez/saude-na-gravidez/gravidezes-de-alto-risco-corioamnionite-2839 & http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI252525-10484,00-DR+TABORDA+RESPONDE.html
E de "útero bicorno", você já ouviu falar? Clique aqui e saiba mais sobre anomalias do útero e parto prematuro.