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09.04.2014

Tudo sobre placenta prévia e sua relação com a prematuridade


O que é Placenta prévia?

[caption id="attachment_12989" align="alignright" width="239" caption="Foto: Reprodução"][/caption]

A placenta prévia, também conhecida como placenta de inserção baixa, é uma complicação da gravidez causada pelo posicionamento da placenta, que se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero. A cada mil grávidas, de três a seis mulheres tem o problema.

O sangramento pode ser um dos sintomas. Conforme a parte inferior do útero estica, na segunda metade da gravidez, a placenta pode se descolar, provocando uma hemorragia. Se a placenta estiver obstruindo completamente o colo do útero, isto é, o fundo do útero, o parto normal se torna impossível.

A placenta cresce durante a gravidez e alimenta o bebê em desenvolvimento. O cérvice é a abertura para o canal do nascimento. Ao se desenvolver na parte mais baixa do útero, a placenta cobre toda ou parte da abertura do cérvice uterino. O posicionamento inadequado da placenta provoca sangramentos, afetando a oxigenação do bebê, colocando-o em perigo.

A gestação de toda mamãe deve ser levada com cuidados até os seus momentos finais. A placenta prévia é caracterizada por um sangramento vaginal indolor geralmente nas últimas 12 semanas de gestação, mas pode acontecer antes. A hemorragia representa risco de vida tanto para a mãe quanto para o bebê, mas é raro que ocorra morte. Se o sangramento não puder ser contido, ou se a mulher entrar em trabalho de parto prematuro, o bebê terá de nascer por cesariana, mesmo que ainda faltem várias semanas para a data prevista para o parto.

Por que é tão preocupante?

No interior da placenta, encontra-se o líquido amniótico dentro do qual fica o bebê, e o cordão umbilical é a ligação entre bebê e a placenta, por onde circula o sangue da gestante e do feto. A placenta possibilita que os nutrientes cheguem ao bebê e que as trocas gasosas sejam feitas.

Além de alimentar, a placenta funciona como um filtro, bloqueando a chegada de impurezas ao feto. Por essas e outras funções, podemos notar o perigo causado pela placenta prévia.

[caption id="attachment_12964" align="aligncenter" width="460" caption="Foto: Healthwise"][/caption]

Como isso acontece?

Durante a gravidez, a placenta se move conforme o útero é esticado e cresce. É muito comum a placenta estar no baixo útero no começo da gravidez. Porém, conforme a gravidez continua, a placenta se move para a parte superior do útero. Por volta do terceiro trimestre, a placenta deve estar próxima do topo do útero, de forma que o cérvice esteja livre para o parto.

Algumas vezes, a placenta cobre parcial ou completamente o cérvice. Isto é chamado de placenta prévia.
Há algumas formas diferentes de placenta prévia:


  • Marginal: A placenta está próxima ao cérvice, mas não cobre a abertura.

  • Parcial: A placenta cobre parte da abertura do cérvice.

  • Total: A placenta cobre toda a abertura do cérvice.

    [caption id="attachment_10959" align="aligncenter" width="335" caption="Foto: Baby Center"][/caption]



Quais são as causas?

A placenta prévia ocorre em 1 de 200 gestações. A maioria das mulheres que apresenta placenta prévia não tem nenhum fator de risco específico, mas é mais comum em mulheres que têm:


  • Formato anormal do útero;

  • Muitas gestações anteriores;

  • Gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos, etc.);

  • Cicatrizes no revestimento do útero, devido a um histórico de cirurgias, cesáreas, gestações anteriores ou abortos.


Estudos mostram que há um aumento na frequência de placenta prévia entre as grávidas fumantes e que tal aumento está relacionado com o número de anos que a mulher fumou cigarros anteriormente. As mulheres que tiveram seus filhos em idade mais avançada também podem ter um risco maior.

Faço qual exame para ter o diagnóstico?

O seu médico pode diagnosticar esta condição através de um ultrassom gestacional, o que ajuda o médico a diferenciar a placenta prévia de um descolamento prematuro da placenta. Consulte o seu médico se você tiver sangramento vaginal durante a gravidez. A placenta prévia pode ser perigosa tanto para você quanto para o seu bebê.

Se no começo da gravidez você fizer um ultra-som e a placenta parecer estar perto do colo do útero, ou até o encobrindo, não é preciso se assustar. À medida em que o bebê cresce, o útero aumenta e, naturalmente, afasta a placenta do colo do útero. Mesmo que a placenta ainda esteja baixa no ultra-som morfológico, por volta de 20 semanas, pode ser que ela não traga problemas quando a hora do parto chegar.

O recomendável é que, em todos os casos em que a placenta tenha coberto o orifício interno do colo do útero, em qualquer ponto da gravidez, a mulher seja submetida a uma nova ultra-sonografia com 36 semanas. Na grande maioria das vezes, o exame mostrará que a placenta mudou de lugar e já não representa problema na hora do parto.

O que vou sentir se tiver placenta prévia?

O sintoma principal da placenta prévia é sangramento repentino da vagina, sem dor. Algumas mulheres também têm cólicas. Com frequência, o sangramento começa próximo ao término do segundo trimestre ou início do terceiro.

O sangramento pode ser grave. Pode interromper-se sozinho, mas recomeçar após alguns dias ou semanas.

Algumas vezes, o trabalho de parto começa após alguns dias de sangramento intenso. Algumas vezes, o sangramento pode não ocorrer antes do início do trabalho de parto.

Pode ser, no entanto, que não haja nenhum sintoma, e a condição só seja descoberta durante os ultrassons de rotina.

[caption id="attachment_12965" align="aligncenter" width="400" caption="Foto: Mayo Clinic"][/caption]

Como evitar?

Não há como preveni-la, mas o diagnóstico precoce pode evitar complicações. Se o sangramento for leve, a gestante terá de ficar de repouso absoluto internada no hospital. Quando o sangramento cessa, a mulher pode voltar a andar e até receber alta do hospital, se o acesso ao hospital for fácil.

Quando o sangramento é intenso, pode ser necessária a realização de várias transfusões sangüíneas. Quase sempre se faz uma cesariana, pois se deixar o parto normal, a placenta tende a se desprender com muita antecipação e isso pode impedir o fornecimento de oxigênio ao feto.

Caso não tenha riscos para a criança e para a mãe, a cesariana deve ser realizada o mais perto possível do fim da gravidez. O pré-natal é a melhor opção para que se tenha uma gravidez com saúde, evitando riscos para mãe e bebê.

Como a placenta prévia é controlada?

Isso depende da presença ou não de sangramento e também do estágio da gravidez. Se o problema for diagnosticado depois da 20ª semana, mas não houver sangramento, a orientação deve ser de evitar o excesso de atividades físicas e o estresse. Se houver hemorragia, a mulher será internada, para que o sangramento seja monitorado. Mesmo que o sangramento seja contido, pode ser que, dependendo da gravidade do caso, os médicos prefiram que a mulher continue no hospital até o nascimento do bebê.

O seu médico considerará cuidadosamente os riscos do sangramento em relação ao parto prematuro do seu bebê. Após 36 semanas, o parto pode ser o melhor tratamento.

Quase todas as mulheres com placenta prévia precisam de uma cesárea. Se a placenta cobrir toda ou parte do cérvice, o parto vaginal pode causar sangramento intenso. O que pode ser fatal tanto para a mãe quanto para o bebê.

Se a placenta está próxima ou cobrir uma parte do cérvice, o seu médico pode recomendar:


  • Redução das atividades;

  • Repouso;

  • Repouso pélvico, o que significa não ter relações sexuais, usar tampões ou duchas;

  • Nada deve ser colocado na vagina.


Pode ser que você precise ficar em um hospital para que a equipe médica possa monitorar você e seu bebê de perto.

Outros tratamentos que você pode receber:


  • Transfusões de sangue

  • Medicamentos para prevenir parto prematuro

  • Medicamentos para ajudar a gravidez a continuar até no mínimo 36 semanas

  • Injeções de um medicamento especial chamado Imunoglobulina Rho (D) se o seu tipo sanguíneo for Rh negativo

  • Injeções de esteroides para ajudar os pulmões do bebê a desenvolverem-se.


Se você tiver placenta prévia, não deixe de avisar sempre que for ser examinada por algum médico ou enfermeira que não saibam do problema. Eles podem preferir evitar fazer exame de toque vaginal.

Expectativas

O maior risco é o sangramento intenso que pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê. Uma cesárea de emergência pode ser realizada se o sangramento for intenso e não for controlado. Se você tiver sangramento intenso, pode haver necessidade do parto do seu bebê ser prematuro, antes que órgãos importantes, como os pulmões, tenham se desenvolvido.

Dicas

- Ao primeiro sinal de sangramento, procure seu médico imediatamente para ter um diagnóstico precoce e evitar complicações.
- Leve a risca todas as orientações médicas, pois esse é o melhor jeito de não prejudicar o desenvolvimento de sua gestação.
- Lembre-se sempre que fumar é prejudicial para a sua saúde e do bebê que está dentro de você.

Referências

- Francois KE, Foley MR. Antepartum and postpartum hemorrhage. In: Gabbe SG, Niebyl JR, Simpson JL, eds. Obstetrics - Normal and Problem Pregnancies. 5th ed. Philadelphia, Pa: Elsevier Churchill Livingstone; 2007:chap 18.
- Houry DE, Salhi BA. Acute complications of pregnancy. In: Marx JA, Hockberger RS, Walls RM, et al, eds. Rosen''s Emergency Medicine: Concepts and Clinical Practice. 7th ed. Philadelphia, Pa: Mosby Elsevier; 2009:chap 176.
- Cunningham FG, Leveno KJ, Bloom SL, et al. Pregnancy hypertension. In: Cunnigham FG, Leveno KL, Bloom SL, et al, eds. Williams Obstetrics. 23rd ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2010:chap 34.

Fontes: Minha Vida, Guia do Bebê, Baby Center

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