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14.05.2025

Método Canguru: Em seus braços, eu me desenvolvo

OMS recomenda que bebês prematuros ou de baixo peso sejam colocados em contato pele a pele com a mãe ou pai após o nascimento, sem qualquer período inicial em uma incubadora.

A prematuridade, classificada como epidemia silenciosa pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a principal causa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos. O contato pele a pele é capaz de salvar vidas de bebês prematuros ou de baixo peso e reduzir o tempo de internação. Neste 15 de maio, Dia Internacional do Método Canguru, os Conselhos de Enfermagem se somam à campanha “Em seus braços, eu me desenvolvo”.

A OMS recomenda que bebês prematuros sejam colocados em contato pele a pele com a mãe ou pai após o nascimento, sem qualquer período inicial em uma incubadora. “O contato pele a pele entre o bebê e a mãe promove a estabilidade térmica, amamentação e ganho de peso, e está associado à maior taxa de sobrevivência e redução do tempo de internação, além de fortalecer um vínculo emocional em um momento de muita apreensão e incertezas”, explica a enfermeira Ivone Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O método Canguru também pode ser usado com o pai e outros familiares.

Cerca de 340 mil brasileirinhos nascem prematuros todo ano. São quase seis ocorrências a cada dez minutos, segundo dados do Ministério da Saúde. A taxa de prematuridade brasileira é quase duas vezes superior à observada nos países europeus, sendo 74% desses prematuros tardios (34 a 36 semanas gestacionais).

Desenvolvido na Colômbia, em 1979, o método Canguru chegou ao Brasil na década de 1990 sendo, hoje, parte das diretrizes de cuidado integral do Ministério da Saúde. A base deste modelo é o acolhimento ao bebê e à sua família; respeito às individualidades do recém-nascido e de seus pais; promoção do contato pele a pele precoce; envolvimento da mãe e do pai nos cuidados com o bebê, e apoio a amamentação.

Pesquisas confirmam que o método está associado à redução da mortalidade nos prematuros ou bebês de baixo peso nos primeiros 28 dias, em comparação ao cuidados convencionais. Estudo publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine, acompanhou 3211 bebês de baixo peso (<2.0 kg) nascidos em hospitais de países em desenvolvimento (Gana, Índia, Malawi, Nigéria), constatando a redução da mortalidade em comparação com os bebês que receberam cuidados convencionais após a estabilização.

Cuidados com a prematuridade

A atenção à prematuridade começa no pré-natal, com a correta datação gestacional, orientação da gestante e tratamento de condições como pressão alta e infecções, que podem causar nascimento prematuro, além de representarem risco à mulher. Passa pela assistência humanizada ao parto, com a garantia do atendimento necessário e redução de intervenções iatrogências. E continua na assistência ao recém nascido e à criança, com triagem e elaboração de itinerário terapêutico adequado.

Além do calendário das vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunização (PNI), os prematuros nascidos até 28 semanas tem direito a proteção especial contra vírus sincicial respiratório (VSR), principal causa de bronquiolite no primeiro ano de vida. O palivizumabe não é exatamente uma vacina, e sim uma imunoglobulina, anticorpos que induzem a imunização passiva. A imunoglobulina está disponível gratuitamente para bebês prematuros até 28 semanas gestacionais, no primeiro ano de vida, e para bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia congênita, independentemente de idade gestacional ao nascer, até o segundo ano de vida. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o palivizumabe no rol de cobertura obrigatória para bebês nas mesmas condições.

Exposição Prematuridade

Neste mês de maio, a Câmara dos Deputados e o Senado recebem a exposição Prematuridade. A mostra, instalada no Espaço Mario Covas (Anexo II da Câmara), segue no Senado. Painéis, idealizados pela ONG prematuridade, incluem fotografias e dados contundentes sobre o tema.

Mães de bebês prematuros com internação superior a duas semanas têm direito a licença estendida, com contabilização do prazo a partir da alta, e não do nascimento. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que o início da licença maternidade deve começar quando houver a alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último.

Fonte: Cofen

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