Notícia original publicada em 25 de novembro de 2013.
A cirurgia é pioneira por ter sido a primeira no mundo a ser realizada em um bebê com tão pouco peso.
Uma equipe de cardiologistas espanhóis realizou uma operação sem precedentes em uma bebê prematura de apenas 1,5 quilos, conforme informou nesta segunda-feira a unidade hospitalar.
A intervenção, realizada no último dia 31 de outubro no Hospital Infantil Miguel Servet, de Zaragoza, na Espanha, foi pioneira por ter sido a primeira no mundo a ser realizada em um bebê com tão pouco peso.
Uma de três gêmeas, a pequena Victoria, nasceu com 31 semanas de gestação e agora, com quase um mês e meio de vida já pesa 2.450 gramas e registra uma "evolução favorável" na unidade neonatal do hospital.
Segundo o cardiologista pediátrico, Lorenzo Jiménez, tratou-se de uma intervenção "um pouco complexa", por cateterismo, sem cirurgia aberta, mas com riscos adicionais devido ao baixo peso da bebê e por ela ter artérias muito pequenas.
"Ou se realizava ou a bebê morria", disse o médico, que realizou a operação com a colega Marta López.
Victoria nasceu com atresia pulmonar, uma doença congênita rara, que consiste numa falta de perfuração da válvula da artéria que vai aos pulmões, o que a impedia de respirar por si própria. O problema foi detetado aos cinco dias de vida.
Ainda que normalmente os bebês prematuros tenham insuficiência respiratória, devido à imaturidade dos seus órgãos, a atresia pulmonar costuma aparecer mais tarde, por isso que este caso foi considerado "excepcional", explicou o especialista Segunto Rite.
Os médicos aproveitaram o fato de o ductus, uma artéria que comunica a aorta com a artéria pulmonar enquanto o feto está no ventre da mãe, estar ainda aberto para efetuar um tratamento com prostaglandinas e evitar o seu fechamento.
A cirurgia envolveu a introdução por uma artéria da perna de um stent diminuído (tubo), de 1,5 a 1,6 milímetros, para chegar ao coração.
A operação demorou cerca de duas horas e a saúde da bebê melhorou praticamente de forma imediata, tendo deixado de necessitar de respiração assistida apenas cinco dias depois.
Fonte: TVI 24.
*Foto meramente ilustrativa.