A maioria dos pais e mães brasileiros atribuem a ocorrência de partos prematuros a situações extremas durante a gestação, como uso de drogas e tabaco, diz pesquisa realizada pelo ALS Perception, encomendada por Pampers. Os resultados divulgados nesta semana foram obtidos através de 1000 entrevistas online com pais e mães de crianças de até 10 anos.
Apesar de o consumo de drogas, álcool e tabaco aumentar o risco de parto prematuro existem outros fatores como infecções urinárias e problemas de saúde materna, como pressão alta e diabetes, que também aumentam a chance de ter um parto prematuro e, muitas vezes, são ignorados.
Além do desconhecimento sobre as causas da prematuridade, 8% dos entrevistados acreditam que apenas bebês que nascem com menos de 31 semanas são prematuros e 44% acreditam que são os que nascem entre a 32ª e 36ª semana, sendo que a OMS considera prematuros todos aqueles que nascem antes da 37ª semana. A maioria dos pais (93%) disse já ter ouvido falar em prematuridade, porém, apenas metade já teve contato próximo com um prematuro.
De acordo com o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entre 2010 e 2020, o mundo registrou 152 milhões de partos de bebês prematuros. Estima-se que 13,4 milhões de bebês nasceram antes do tempo previsto em 2020. sendo que quase 1 milhão morreu de complicações.
Segundo Denise Suguitani, fundadora da ONG Prematuridade, a pesquisa corrobora a necessidade de discutir e fazer mais para mudar o cenário da prematuridade do Brasil. “Os resultados reforçam a necessidade de unirmos forças - poder público, sociedade civil, órgãos científicos, iniciativa privada - para a realização de campanhas de massa sobre o tema, especialmente pensando em prevenção”, defende. “As pessoas precisam saber, dentre outras coisas, que a prematuridade é prevalente (1 em cada 10 nascimentos) - pode acontecer em qualquer família, que um pré-natal falho ou uma ‘simples’ infecção urinária pode levar a um parto prematuro e que, na maioria das vezes, é possível prevenir”.
Em entrevistas qualitativas com cerca de 100 mães e pais de prematuros, o estudo apontou ainda que uma das principais dificuldades encontradas por eles depois que o bebê recebe alta é encontrar roupas e fraldas de tamanho adequado, bem como produtos para pele muito sensível. “Isso, além de impactar diretamente a saúde do bebê, tem repercussão sobre o estado emocional dos pais em relação aos seus pequenos”, pontua Denise. “É preciso mais apoio para essas famílias em diversas frentes”.
Fonte: Revista Crescer