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24.02.2017

Laura nasceu prematura, com 585 gramas. Hoje, esbanja saúde e alegria

Laura descobre a bicicleta do coleguinha de parque e, sem se importar se o brinquedo é para crianças maiores, encontra um jeito de subir. Coloca um pé, depois o outro e vai aprendendo a pedalar.

– É a primeira vez que ela sobe em uma bicicleta!

Os pais comemoram mais uma conquista de cada dia. Trocam os desafios de ontem pelas alegrias que hoje, aos dois anos, a filha esbanja pela vida.

Laura nasceu com 585 gramas, 32 centímetros, na 26ª semana de gestação: prematura extrema. A pressão da mãe subiu demais e a pequena não teve tempo de se preparar. Era preciso nascer!

Veio ao mundo sem conseguir, sequer, respirar sozinha.

Foram 118 dias de hospital – 94 deles na UTI –, uma cirurgia no coração, infecções repetidas, hemorragias.

Laura, tão pequenina, aprendeu a ser gigante.

– Parecia que o dia da alta nunca ia chegar.

É a mamãe, Nayara Caetano quem relembra. Ela e André Carraschi, pai da Laura, moram em Jaboticabal. A pequena, porém, ficou internada em Ribeirão Preto e foi preciso uma maratona dos dois.

Nayara tirou licença no emprego, se alojou na casa da irmã e não saia do lado da filha.

Quando a alta, enfim, chegou, comemoraram como um novo nascimento.

Laura conheceu o quartinho de corujas que lhe esperavam ansiosas com três meses e meio de vida, 1,9 quilos e uma tonelada de força.

No mês passado, dia 3, Laurinha comemorou dois anos com muita festa. Ainda não sabe falar e andou com um ano e três meses, pouco depois da maioria das crianças. Detalhes que somem entre tanta conquista.

– Cada criança tem seu tempo. A prematuridade ensina isso.

Nayara conta, com sorriso que extrapola a bochecha, que a filha já sabe tomar mamadeira sozinha e não quer dormir no colo.

Apesar da estatura menor, Laura acompanha a turma da mesma idade na escolinha. Ela vai à escolinha! É o que a mãe conta primeiro, explodindo de orgulho.

– A gente comemora todos os detalhes e, assim, tem ainda mais a comemorar. O que para todo pai é a coisa mais normal do mundo, para a gente é uma conquista. Ela não conseguia respirar sozinha, e hoje faz tudo isso!

A pequena é acompanhada de perto pelo pediatra, mas já não precisa de fisioterapia, terapia ocupacional e outras tantas coisas que antes precisou. Desenvolveu miopia, pelo longo período usando oxigênio no hospital. E se adaptou aos óculos como se adapta a cada nova fase.

O pai brinca:

– Logo vai estar na faculdade de Medicina!

Certo de que a brincadeira tem um bom tanto de verdade. Não sabe se Laurinha vai querer ser médica ou qualquer outra coisa. Mas sabe que a pequena já é tão grande quanto todos os sonhos que ainda vai ter.

– Ela ensina a gente todos os dias. Hoje já não temos mais a preocupação: será que ela vai conseguir fazer isso? Ela consegue!

É a mãe quem diz, enquanto a filha está desbravando a casinha do parque. Entra pela porta, aparece na janela e já passa para o outro lado.

– O que a gente quer é ver ela feliz!

Laurinha mostra que já é.

por Daniela Penha, jornalista e escreve as histórias das pessoas em seu site História do Dia.

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