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24.01.2023

Gravidez entre 10 e 13 anos aumenta em 56% o risco de parto prematuro

ONG Prematuridade.com alerta sobre problema de saúde pública; campanha de prevenção acontece no próximo mês

Daqui menos de um mês, em 1º de fevereiro, iniciará a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, cujo objetivo é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas para esse público e suas famílias. Um grande novo estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA) constatou que engravidar entre 10 e 13 anos aumenta em 56% o risco de parto prematuro, em comparação com adolescentes que ficam grávidas entre 14 e 17 anos.

De acordo com o levantamento, dos 90.876 partos analisados, 206 ocorreram em meninas de 10 a 13 anos e, do total nessa faixa etária, 18,5% foram partos prematuros, contra 11,6% dos partos das adolescentes de 14 a 17 anos e 10,5% dos partos das jovens até 19 anos.

Já um outro estudo, feito pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), que avaliou 4.500 grávidas entre 12 e 19 anos em todo o Brasil, indicou que quase 1 em cada 5 meninas que engravida na adolescência volta a repetir uma segunda gestação antes da idade adulta. A pesquisa foi realizada com base no inquérito "Nascer no Brasil", da Fiocruz.

Dados mais recentes disponibilizados pelo DataSUS, de 2020, mostram que, naquele ano, foram registrados 17.579 partos de adolescentes com idade de 10 a 14 anos.

A prematuridade é a principal causa de morte infantil antes dos 5 anos de idade. O Brasil é o 10º país no ranking global de partos prematuros, os quais ocasionam 10 vezes mais óbitos de crianças do que o câncer.

"A gravidez na adolescência é de alto risco, pois a menina dentro dessa faixa etária não tem maturidade fisiológica para gestar. O fato implica em maior risco de mortalidade materna, de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão, anemia, infecções urinárias, entre outros problemas", fala Aline Hennemann, vice-diretora executiva da ONG Prematuridade.com, enfermeira neonatal, docente na área e ativista nas ações em prol dos prematuros. A organização sem fins lucrativos é a única no país dedicada, em âmbito nacional, à prevenção da prematuridade e à garantia dos direitos dos bebês prematuros e de suas famílias. "Para o bebê, além do alto risco de mortalidade, por nascer prematuro, existe maior probabilidade de desnutrição fetal, nos casos em que a mãe tem anemia, e também de malformações e síndrome de Down", completa.

Aline lembra outros impactos que atingem, principalmente, as adolescentes em situação de vulnerabilidade. "Com uma frágil condição socioeconômica e falta de apoio no acompanhamento da gestação, essas meninas não recebem informações adequadas quanto à alimentação materna correta e a importância da amamentação e imunização infantil, o que trará prejuízo às crianças, além de limitar o desenvolvimento pessoal, social e profissional da gestante", pontua.

A vice-diretora da ONG Prematuridade.com ressalta que a gestação na adolescência impacta, ainda, as questões emocionais e financeiras das adolescentes e suas famílias. "Essa adolescente acaba, muitas vezes, abandonando os estudos, o que prejudica sua entrada no mercado de trabalho. A gravidez na adolescência é uma grande bola de neve e requer a implantação de políticas públicas efetivas direcionadas a essa população, para um combate efetivo", conclui.

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