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21.12.2019

Estamos de alta! E agora?

Quando o bebê prematuro recebe alta hospitalar, as famílias sentem uma mistura de sentimentos: gratidão e alegria somados a medo e insegurança. Um dos principais motivos é pensar que não sabem cuidar desse bebê que até então esteve sob cuidados de uma equipe de saúde e agora vai estar integralmente sob os cuidados desta família.

Durante a hospitalização é fundamental proporcionar o protagonismo dos pais no cuidado deste bebê assim que possível, nos momentos de troca de fraldas, banho, alimentação e outras atividades do dia a dia que ficam a cargo exclusivamente da equipe na maioria das vezes. Os cuidadores devem ser inseridos nestas interações não só para que possam aprender, mas para fortalecer o vínculo com o recém-nascido e para que se sintam parte deste processo de tratamento. Este cuidado prestado pelos pais é benéfico ainda para a regulação límbica, afetiva e desenvolvimento neurológico do neonato. Os familiares não são meros visitantes, eles fazem parte da equipe.

Uma vez que esta família está integrada e participando destes momentos, a volta pra casa passa a ser menos desesperadora. Mesmo assim, muitos cuidadores ainda se sentem despreparados para lidar com o cotidiano deste bebezinho que ainda é muito frágil.
Enquanto equipe, precisamos oferecer uma preparação para a alta hospitalar de modo a esclarecer esta família sobre alguns assuntos, e aqui, vamos pontuar os principais temas que devem ser abordados neste momento.

1. Reconhecendo os sinais de emergência
O bebê prematuro demonstra que não está tudo bem: cor da pele alterada (lábios e rosto roxos indicam apnéia), recusa a alimentar-se, fica “molinho”, dificuldade de respirar aparentando um “cansaço”, febre (mais de 37.5 graus), palidez e vômitos. Estes sinais são de alerta e os pais devem buscar ajuda em um serviço de saúde o mais rápido possível.

2. Visitas em casa
Precisamos sempre lembrar que a imunidade do prematuro é mais baixa e consequentemente é mais suscetível a adoecer e a pegar infecções podendo culminar numa reinternaçãao (o pesadelo dos pais!). Dessa forma, se faz necessário restringir as visitas em casa por pelo menos um mês após a alta hospitalar (independentemente de quanto tempo ele tem de vida). Receba apenas visitas mais próximas e pessoas que irão ajudar, mas a maioria das visitas precisam esperar um pouco mais. As saídas também devem se limitar a consultas, vacinas e eventos extremamente necessários. Os demais lugares: igreja, shopping e etc devem ser evitados devido a aglomeração de pessoas.

3. Alimentação
Existe uma cobrança para que o bebê “ganhe peso logo” e isso leva a ideia de ofertar outros alimentos além dos prescritos pelo médico numa tentativa de fazer o bebê “comer mais” e ganhar mais peso. Isso é errado e arriscado! Só quem pode introduzir outros alimentos para o bebê (inclusive fórmulas) é o pediatra. Confie neste profissional! Lembrando que o leite materno é o melhor alimento. Recomendamos ainda que para a introdução alimentar a idade corrigida deve ser levada em consideração.

4. Banho
O banho deve ser dado em lugares fechados onde não há correntes de ar. Dê preferência para sabonetes neutros. Evite ainda perfumes, óleos perfumados e estes produtos de higiene com muito odor (eles podem causar alergia na pele do bebê).

5. Sono seguro
Fazer “cama compartilhada” é muito perigoso! Portanto, organize um lugar para que o bebê durma perto de você, mas no espaço dele. De barriga para cima e jamais de bruços. Evite panos, travesseiro, ursinhos e etc.

6. Utilize a caderneta da criança
Este é um instrumento rico para você acompanhar o desenvolvimento do seu bebê, nela temos informações importantes e seguras.

7. Posição canguru
O contato pele a pele é preconizado até que o prematuro alcance 2.500g, sendo assim, se o seu filho recebeu alta com peso inferior a este, vocês devem continuar fazendo a posição canguru.

Do ponto de vista da Terapia Ocupacional, as atividades de vida diária (AVDs) são prioridade. Sendo assim, selecionamos as AVDs dos bebês, quais sejam brincar, dormir, manter a homeostase, alimentar-se e interagir com os pais e criamos um material que é disponibilizado pelo CREFITO 11 para orientar este público de forma bem objetiva. Ele pode ser entregue aos pais e distribuído de forma livre. O profissional terapeuta ocupacional é capacitado para auxiliar na independência durante este processo, esclarecendo dúvidas, orientando e intervindo diretamente com a família e com o bebê nas atividades cotidianas importantes para ambos.

Baixe aquio material sobre "O cuidado com o bebê prematuro após a alta hospitalar". 

por Hellen Delchova Rabelo, Terapeuta Ocupacional (CREFITO 11 – 15285 TO)

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