A proposta do 3º Encontro dos Pais de Prematuros do HCPA – Conversando sobre o prematuro, com apoio do Prematuridade.com, foi conversar sobre o acompanhamento do prematuro e seus cuidadores. Esse trabalho deve ser feito não apenas na UTI Neonatal, mas depois também. O evento aconteceu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS), no domingo, dia 18 de maio, a partir das 8h30min.
[caption id="attachment_14148" align="aligncenter" width="873"] Folder com a programação do 3º Encontro dos Pais de Prematuros do HCPA.[/caption]
[caption id="attachment_14150" align="aligncenter" width="2448"] O evento aconteceu no Auditório José Baldi, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS).[/caption]
[caption id="attachment_14151" align="alignright" width="300"] Dra. Rita de Cassia Silveira.[/caption]
A neonatologista Dra. Rita de Cassia Silveira começou explicando sobre a “Importância de um ambulatório de seguimento específico para prematuros” e quais são os cuidados necessários com eles. Ela afirma que: “Ser cuidado por quem entende de prematuro e quem já os conhece” agrega um resultado muito melhor aos pacientes. Ela falou sobre de que maneira realizar os cuidados, como deve ser a relação entre o prematuro, os pais e os médicos. Ou seja, a comunicação entre eles é fundamental para trabalhar no sentido de prevenção, dando suporte a toda a família. Rita acrescenta que os estímulos para a criança exigem amor e paciência e a equipe médica deve ser parceira, orientando de acordo com a etapa evolutiva da criança: não muito precoce porque gera estresse, e nem tardiamente porque a recuperação seria parcial.
[caption id="attachment_14152" align="alignright" width="300"] Dra. Viviane Lermann.[/caption]
A médica Viviane Lermann começou de fato o ciclo de palestras comentando sobre o calendário de vacinas, que acaba sendo uma preocupação para as mães de prematuros. Ela foi enfática ao dizer que “Lembrar que vacinar é muito importante”. A doutora esclareceu como colocar em dia a carteira de vacinação, que é uma dúvida frequente, e também como funciona o calendário. Viviane diz que as vacinas devem ser administradas de acordo com a idade cronológica e na dose habitual de qualquer criança nascida no tempo certo.
[caption id="attachment_14153" align="alignleft" width="300"] Psicóloga Gabriela Filipouski (esquerda) e a fisioterapeuta Rubia Fuentefria (direita).[/caption]
A próxima palestra foi sobre as “Preocupações e dúvidas frequentes em relação ao desenvolvimento do prematuro”, ministrada pela psicóloga Gabriela Filipouski, que falou do desenvolvimento emocional, e pela fisioterapeuta Rubia Fuentefria, que detalhou sobre o desenvolvimento motor. Esses dois tipos de acompanhamentos deve ser feito para os bebês cresceram saudáveis, e o prematuro exige alguns cuidados especiais, devido ao risco maior de atraso no desenvolvimento global, segundo elas.
Gabriela alerta que “não se deve esperar que o prematuro corresponda as ações que um bebê a termo faz”. É importante considerar a idade corrigida, para nivelar com a maturidade psíquica da criança. Já Rubia informa que “o bebê prematuro amadurece depois, por exemplo, sendo a sua postura ao nascer diferente também”. É essencial repetir os movimentos indicados por psicólogos e fisioterapeutas para que a criança aprenda e possa fazer sozinha depois, tornando-se independente aos poucos e no seu próprio ritmo. As profissionais ainda deram ótimas dicas para os pais presentes de como estimular as interações físicas e emocionais da criança em momentos diversos como ao dormir e ao acordar.
Às 10 horas, foi feito um intervalo, com um lanche oferecido pela organização do HCPA. Nesse momento foi possível uma aproximação entre as famílias e os profissionais que palestraram. Foi muito legal ver que as famílias trouxeram seus prematurinhos para acompanhar o evento, como Isabel e Leonardo com o pequeno Enocque Barreto. Ele é o primeiro filho do casal e veio com 26 semanas. No domingo, o lindinho completou 6 meses!
[caption id="attachment_14155" align="aligncenter" width="300"] Fonoaudióloga Deborah Levy.[/caption]
[caption id="attachment_14156" align="alignleft" width="300"] Dra. Luiza Renck.[/caption]
A segunda parte contou com a coordenação da fonoaudióloga Deborah Levy, que introduziu as palestrantes com o foco em questões bem práticas do cotidiano das crianças. A médica Luiza Renck apresentou como “Enfrentando o inverno – como prevenir infecções?”, explicando especialmente sobre a gripe, quais os sintomas, o que é feito, tratamentos possíveis e os cuidados. A principal dica que ela deu foi de utilizar muito soro fisiológico para lavar e hidratar o nariz dos pequenos. Isso é o que mais ajuda na recuperação de um resfriado. Ela também cedeu um espaço do seu tempo para comentar sobre a bronquiolite, que afeta muitos prematuros no começo da vida.
A nutricionista Lilia Refosco foi convidada a falar sobre “Quanto o meu filho precisa comer?”, que é algo que aflige muitas mães também. Ela iniciou tirando dúvidas de algumas mães presentes que haviam conversado com ela no intervalo sobre a alimentação dos seus bebês. “Cada bebê será visto na sua particularidade, depende dos estímulos e da maturidade, que é muito individual”, diz Lilia. Ela comentou sobre os problemas que podem ocorrer na alimentação e como ajudar os pais a alimentarem melhor as crianças.
[caption id="attachment_14157" align="alignright" width="300"] Nutricionista Lilia Refosco.[/caption]
Suas dicas de nutrição saudável envolvem três pontos: manter uma rotina, impor limites e verificar o apetite da criança. Lilia também mostrou como variar os alimentos e adequar a quantidade de comida ao peso e idade da criança. É interessante fazer as crianças entenderam cada alimento ingerido, para elas poderem definir depois o que é cada um, qual tipo, benefícios e por que deve comer. A nutricionista revela: “Não é preciso gostar de tudo. Pode trocar os alimentos de um mesmo grupo alimentar, pois as crianças tem as suas preferências de acordo com o seu paladar”. Outro ponto importante é “dar o exemplo”, ou seja, os pais tem que comer aquilo que querem que esteja no prato dos pequenos. Lilia salienta que não é bom forçar a comer e nem fazer comparações com outros irmãos. Cada criança é diferente. A Dra. Rita nos informa que a partir do 8º mês de idade corrigida, a criança já pode comer os alimentos que a família está acostumada a ter nas refeições, mas cada caso deve ser analisado.
[caption id="attachment_14158" align="alignright" width="300"] Dra. Rosanna Nejedlo.[/caption]
A última discussão foi sobre “Como enfrentar as crises de birra?”, produzida pela médica Rosanna Nejedlo. Ao contrário do que muitos pensam, as crises de birra “fazem parte do desenvolvimento normal da criança. É uma maneira da criança avisar que está crescendo e tem novos interesses”, afirma Rosanna. Essa fase, geralmente, vai dos 2 aos 4 anos das crianças, podendo se extender até os 5. É a época em que a criança luta pela sua indepedência com mais intensidade. Ela quer decidir e opinar, sendo esse um instinto de manutenção da vida.
Segundo Rosanna, as crises dependem do temperamento da criança e está relacionada também as atitudes dos cuidadores. A médica diz que é preciso controlar e ver qual a reação necessária por parte dos pais. O melhor é estar preparado para antecipar essa situação e saber controlar, sempre mantendo a calma acima de tudo. Os pais tem que estar seguros do que estão fazendo. “É mais fácil prevenir que remediar”, avisa ela.
Algumas dicas são: criar rotinas e mantê-las; conhecer limites físicos da criança; desviar a atenção da criança ao início da crise; permitir algumas decisões da criança e tirar da vista o que não pode ser tocado por ela. Rosanna expõe que a intenção é “ensinar o bom caminho e como fazer as escolhas certas na vida”. Além disso, ensine a pedir e parabenize quando adequado e aumente o seu nível de tolerência. Criança de 2 a 5 anos dá trabalho, então tem que conversar mais com elas. Você pode ainda diminuir os “nãos”, ter sempre como opção o “não, mas também o “talvez sim”, indicar que depende do dia o que pode ou não pode fazer. Às vezes, a criança só precisa de um olhar. E nunca, nunca, nunca, bata na criança.
Outras opções para controlar uma crise é o famoso abraço de urso, especialmente se a criança for se machucar ou a outros. Em locais públicos, vá para um lugar privado para evitar o espetáculo. Nunca se renda à crise e não mude de ideia para acabar com ela. Se a crise for muito intensa, converse com o pediatra e veja se não é outro problema, algo físico ou emocionalmente mais grave. Após a crise de birra, é interessante fazer uma pequena revisão com a criança sobre o que aconteceu, os motivos e explicar que não pode ser desse jeito. Rosanna finaliza dizendo que educar exige: amor, muuuuuuita paciência e perseverança.
Essa manhã com profissionais dedicados aos cuidados com prematuros foi maravilhosa. Foi um excelente momento de enriquecimento educacional ao receber muitas orientações sobre os incentivos de como cuidar dos nossos prematurinhos. A Dra. Ana Claudia Weber Benjamin, que organizou o evento junto com a Coordenadoria de Comunicação do HCPA, encerrou o evento agradecendo a presença de todos. A promoção foi do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com o Serviço de Neonatologia do HCPA e apoio do Prematuridade.com.
[caption id="attachment_14159" align="aligncenter" width="640"] Evento teve participação de famílias de prematuros.[/caption]
Esperamos que tenham gostado!
Beijos da Equipe Prematuridade.com :)
(Todas as fotos são exclusivas para uso do Prematuridade.com)