Manter os pais e seus bebês próximos – resultados de um estudo internacional sobre implementação, facilitadores e barreiras em unidades neonatais
O cuidado neonatal integrado à família (FICare) é essencial para a saúde dos pais e do bebê prematuro. Um estudo recente traz uma visão geral dos processos facilitadores e das barreiras para a proximidade entre pais e bebês e "separação zero" em hospitais em 19 países.
Os resultados mostram que a separação dos pais e seus bebês é algo muito comum e lista 4 temas que podem ajudar a explicar os principais desafios que as famílias e os profissionais de saúde encontram: Cultura, Colaboração, Capacidades e Coaching.
1. A cultura era o tema dominante que englobava os demais. Foi definido como características, valores, pensamentos e comportamentos compartilhados sobre a presença e participação dos pais na unidade. A cultura também incluía a disposição dos pais de se envolverem. Esse tema variou muito entre as UTINs.
2. A colaboração (trabalhar em conjunto entre e dentro de diferentes níveis) também foi um facilitador claro para o cuidado compartilhado. A colaboração entre funcionários de diferentes disciplinas e entre pais e funcionários foi essencial para manter as famílias próximas. Os rounds centradas na família estiveram presentes 38% do tempo.
3. As capacidades eram vistas como recursos, que podiam ser físicos (por exemplo, equipamentos) ou humanos (por exemplo, pessoal), ou como políticas (por exemplo, diretrizes). A existência e utilização, ou a falta de capacitações, foram determinantes para que atuassem ora como facilitadores, ora como barreiras para o cuidado centrado na famíla.
4. Coaching foi o quarto tema e incluiu educação, transferência de conhecimento e habilidades. Os resultados mostraram que o Coaching foi implementado regularmente para pais (36%) e profissionais de saúde (49%). No entanto, há uma discrepância entre a formação dos profissionais e o que a realidade da separação zero após o parto exige deles. Além disso, menos confiança dos profissionais em cuidar de bebês ou mães significava mais separação pais-bebê.
A separação pais-bebê, conforme constatado neste estudo, não é consequência da pandemia de COVID-19, pois as entrevistas ocorreram antes da implementação das restrições relacionadas à pandemia nos hospitais. O grupo de pesquisa reconhece que a mudança dentro de hospitais e unidades pode ser muito desafiadora, especificamente no que diz respeito à cultura hospitalar (assistência). No entanto, os 'quatro Cs' - Cultura, Colaboração, Capacidades e Coaching - são estratégias necessárias para separação zero e proximidade pais-bebê, independentemente de uma pandemia em andamento.
A EFCNI, parceira da ONG Prematuridade.com, faz parte do CROWN Study Group, e a presidente da EFCNI, Silke Mader, é uma das autoras deste estudo.
Artigo disponível em: Pediatric Investigation / John Wiley & Sons, Ltd
Fonte: livrre tradução de EFCNI