Entre as complicações, estão o parto prematuro; ONG Prematuridade.com reforça campanha de conscientização e prevenção
Março de 2024 - Apenas em 2024, o Brasil já registrou mais de 1 milhão de casos de dengue, com 363 óbitos confirmados e outros 763 em investigação. Qualquer pessoa pode ser atingida pela doença, porém, existem grupos mais suscetíveis a desenvolver a forma grave, entre eles, as gestantes.
O sistema imunológico das grávidas é compartilhado com seu bebê, por isso, são mais suscetíveis a infecções, que podem evoluir para quadros mais graves da doença, uma vez que a dengue afeta diretamente a cadeia plaquetária, favorecendo quadros hemorrágicos. A mãe, se infectada nos primeiros meses, corre o risco de sofrer um aborto espontâneo. Já se a infecção ocorrer no segundo e terceiro trimestres de gravidez, o risco é de um parto prematuro, com todas as possíveis complicações relacionadas, como baixo peso e problemas de desenvolvimento do bebê.
De acordo com estudo mais recente, publicado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em parceria com a London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e Universidade de São Paulo (USP), a dengue hemorrágica aumenta em 2,4 vezes a chance de o bebê nascer prematuro.
Diante do problema, a ONG Prematuridade.com reforça o alerta para conscientizar as grávidas e profissionais de saúde sobre os sinais da dengue durante a gravidez. “Por meio de campanhas de conscientização, materiais educativos e parcerias com Governo e instituições profissionais, precisamos divulgar amplamente informações sobre como prevenir a dengue, como reconhecer os sintomas e onde procurar assistência adequada”, diz a diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.
No início do mês de março, o Ministério da Saúde, em parceria com Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)c e a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou a cartilha “Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério’’, com o objetivo de orientar os profissionais de saúde com as melhores práticas para o cuidado das gestantes. Dados da pasta revelam um aumento de casos de dengue em gestantes, registrando em 2023, um aumento de 16,5% no número de registros, comparado ao ano anterior. Já em 2024, se comparadas as semanas epidemiológicas de 1 a 6 com o ano passado, houve uma alta de 345,2% no número de casos da doença em gestantes.
As alterações ocorrem principalmente durante a doença aguda. Não existem vacinas contra a dengue liberadas para o uso durante a gravidez. “As gestantes devem estar atentas e procurar atendimento assim que notarem os primeiros sintomas, já que eles podem ser confundidos com os de outras condições comuns na gestação”, salienta Denise.
Entre os sintomas mais comuns da dengue, estão dor no corpo e nas articulações, febre, manchas avermelhadas, enjoo e dores abdominais.
Cuidados e Prevenção - A ONG Prematuridade.com reforça as ações de combate à proliferação dos mosquitos, evitando focos de água parada e colocando telas em janelas e portas. Além disso, é recomendado o uso de roupas de cor clara, que cubram o máximo possível da pele. O uso de mosquiteiros sobre a cama também ajuda a evitar as picadas. Em relação aos repelentes, os indicados para o uso em gestantes são aqueles à base de “Icaridina”, o “DEET” e o “IR3535”. Em regiões com temperaturas mais elevadas, esses repelentes devem ser utilizados em períodos mais curtos de tempo. É recomendado o uso em toda a área exposta da pele; no caso de roupas de tecidos finos, sugere-se utilizar o repelente sobre a roupa.
Fonte: Predicado Comunicação