Notícia original publicada em 30 de novembro de 2014
Durante os cinco anos em que trabalhou na UTI Neonatal do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a nutricionista Denise Leão Suguitani desenvolveu uma sensibilidade em relação aos bebês prematuros. O convívio com os familiares de quem resolveu chegar antes do tempo a fez ficar mais à flor da pele depois que se tornou mãe, embora seus dois filhos não tenham se apressado para nascer.
— Os pais ficam muito angustiados em ver o filho lutando para sobreviver, cheio de tubos, sem poder levá-lo para casa. Percebi que não havia um ponto de encontro em que eles pudessem buscar informações úteis e compartilhar histórias de vida — relata ela, que, a partir deste anseio, criou a Prematuridade.com, ONG brasileira dedicada ao assunto.
Tudo começou com um blog, em 2011. A repercussão foi uma surpresa para Denise: dezenas de e-mails por dia, principalmente de pais e mães que haviam ficado esperançosos ao saber que a prematuridade, embora preocupante (segundo o Unicef, o Brasil é o 10º do ranking mundial de partos prematuros), pode ter final feliz.
Com o sucesso, o blog virou uma ONG que já é parceira da Fundação Europeia de Cuidado aos Recém-Nascidos (EFCNI) e está planejando ações e campanhas para os próximos meses. O objetivo principal da associação, diz a nutricionista, é baixar a incidência de prematuridade no país. Hoje, 11,7% dos partos brasileiros ocorrem antes das 37 semanas de gestação.
— Algo que traz sequelas de saúde ao bebê e deixa muitas marcas psicológicas nos pais — avalia.
As informações divulgadas pela ONG online têm como propósito a prevenção. Segundo Denise, doenças que acometem as grávidas — como pressão alta e diabetes — e cesáreas eletivas são os dois pontos que mais precisam de atenção.
— Queremos garantir que as famílias estejam mais cuidadosas, e que o tratamento dispensado a elas seja mais humano — aponta Denise.
O endereço do site é prematuridade.com.
Fonte: Zero Hora