O mês de agosto é conhecido como “Agosto Dourado”, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que simboliza a luta pelo incentivo à prática da amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
E na primeira semana de agosto acontece a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que neste ano tem como foco a amamentação e o emprego/trabalho. Com o slogan “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”, o intuito é mostrar o impacto da licença remunerada, do apoio no local de trabalho e de outros aspectos sobre o aleitamento materno.
Por que é importante manter a amamentação mesmo depois da mulher trabalhadora voltar ao trabalho?
Nós já sabemos a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê. Para a mãe, recuperação mais rápida no pós-parto, proteção contra o câncer de mama, dentre outros. Já o bebê recebe todos os benefícios da composição nutricional e imunológica do leite materno: fortalecimento da imunidade, melhor crescimento e desenvolvimento global e, principalmente, cognitivo, proteção contra anemia, desnutrição, obesidade, diabetes e outras doenças. Por esse motivo, a OMS recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e seja mantido até os 2 anos, pelo menos. Garantir que a mulher consiga amamentar na volta ao trabalho significa garantir também todos esses benefícios à saúde materno-infantil.
Quais são as principais barreiras ao aleitamento materno para a mulher trabalhadora?
De uma forma geral, acredito que seja a falta de uma rede de apoio que ajude a mulher nessa conciliação entre maternidade e vida profissional, tanto no que se refere aos direitos da mãe que trabalha quanto aos cuidados com o bebê durante o tempo em que a mãe está trabalhando. No entanto, é importante pontuar que o tempo de licença maternidade é de 120 dias, ou seja, 4 meses, o que já contrapõe a recomendação da OMS de manter o aleitamento materno de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida. É difícil manter a amamentação em livre demanda quando a mãe não está 24 horas com o bebê. Então, talvez, essa seja a principal barreira ao aleitamento para a mãe que trabalha.
Como manter o aleitamento materno após o retorno ao trabalho?
Considerando que a mãe não estará presente o tempo todo, é necessário ter toda uma organização que favoreça a oferta de leite materno mesmo na ausência da mãe. Isso significa que a mãe terá que deixar um estoque de leite materno ordenhado a ser oferecido pelos cuidadores para alimentar o bebê nesse tempo em que a mãe esteja trabalhando. Além disso, é muito importante que a mãe ordenhe durante o expediente de trabalho, pois a ordenha é fundamental na manutenção da produção láctea. A mãe tem direito a dois intervalos de 30 minutos para a amamentação, até que o bebê complete 6 meses de vida. Essa é a licença de amamentação que citei anteriormente. Por isso, uma das pautas da campanha deste ano é a criação de salas de apoio à amamentação, para que essas mães possam utilizar esse tempo para amamentar o seu bebê ou realizar a ordenha de leite em um lugar adequado.
Fonte: Pastoral da Criança