A Tribuna Popular, um espaço de participação da sociedade civil na primeira sessão plenária de quinta-feira de cada mês, foi ocupada nesta quinta-feira (3) pela diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuras - ONG Prematuridade, Denise Leão Suguitani. O RS registra média de 12,2% de mortes de bebês prematuros, a principal causa de mortalidade infantil, situação que impacta a saúde pública e as famílias. Para alertar sobre a questão, na semana do dia 17 de novembro, data mundialmente consagrada de alerta à prematuridade, a fachada do prédio da Assembleia Legislativa estará iluminado com a cor roxa, que simboliza a luta para evitar o parto prematuro.
Ao abordar “O cenário da prematuridade no Estado do Rio Grande do Sul”, Denise Leão Suguitani destacou que a prematuridade é uma das principais causas da mortalidade infantil em todo o mundo, em crianças abaixo dos cinco anos de idade. Explicou que a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuras - ONG Prematuridade, teve início no RS, há oito anos, e é a única organização nacional que trabalha com essa temática com 250 voluntários em 23 estados da federação.
Observou que o bebê prematuro nasce abaixo das 37 semanas de gestação e está mais suscetível a doenças e infecções e em geral carregará sequelas permanentes, sendo também uma das principais causas de deficiência em crianças. No país, 12% do total de nascimentos é de bebês prematuros, em torno de 340 mil nascimentos por ano no país. No ranking da prematuridade, o RS registra 12,2% de partos prematuros e está acima da média mundial, que é de 10%. Ela ponderou que esse índice se agravou com a pandemia.
Outra ponderação de Denise foi de que no país a prematuridade causa mais impacto nas mortes infantis do que o câncer, tem custo anual de cerca de R$ 8 bilhões em função das internações após o nascimento, sem contar as reinternações, que são recorrentes nos dois primeiros anos de vida dessas crianças, além do custo afetivo e o impacto da prematuridade para a saúde mental dos pais.
Por esse motivo, o “novembro roxo” é o mês consagrado ao tema, uma vez que o dia 17 é a data mundial consagrada para sensibilizar sobre a prematuridade. O slogan deste ano é “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento, para sentir o cheiro, a voz, o toque, o batimento do coração da mãe”. A prematuridade está na agenda do país desde 2016.
Ela também advertiu para a necessidade de abordar a educação sexual para os jovens e adolescentes, estimular o pré-natal de qualidade, evitar as cesarianas eletivas e informar as famílias sobre os riscos envolvidos em cesárias e desmistificar o tabu do parto natural. “Falar em prevenção do parto prematuro é falar em cuidar de quem cuida, de mais capacitação para os profissionais de saúde e suas equipes, não só para o cuidado técnico, mas também da humanização, do acolhimento dessas família e bebês”, destacou.
Apontou, ainda, o Método Canguru, política de saúde pública consagrada no país, do seguimento ambulatorial dos bebês prematuros pelo menos até os dois anos de vida, valorizando o cuidado multiprofissional, para assegurar a intervenção precoce e oportuna, da importância da vacinação sem atraso para os prematuros, e da licença maternidade para as mulheres cujos filhos precisam ficar internados.
No final, convidou os deputados e deputadas a participarem da Bancada da Prematuridade da Assembleia, liderada pelo deputado Dr. Thiago Duarte (União), e também para a 5ª edição da Caminhada pela prematuridade, dia 20 de novembro, às 10h, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.
Fonte: Assembleia Legislativa