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15.08.2019

99% das causas conhecidas do parto prematuro são desencadeadas pela hipertensão na gravidez

Dia 15 de agosto é conhecido como o Dia da Gestante, uma data muito especial, uma vez que o período da gravidez é importante para as mulheres, sejam elas marinheiras de primeira viagem ou não. Nesta data, a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros - ONG Prematuridade.com – quer chamar a atenção para um número alarmante: nada menos que 99,14% dos partos prematuros, onde a causa foi identificada, acontecem em decorrência de hipertensão na gravidez.

Os dados são resultado de uma pesquisa de perfil das famílias brasileiras que tiveram bebês prematuros, abrangendo 2.919 respondentes de todos os Estados do país, entre outubro de 2016 e junho de 2019.

A hipertensão induzida pela gestação a níveis maiores que 140/90 ocorre após as 20 semanas de gestação, desaparecendo até 6 semanas após o parto. É uma complicação que acompanha entre 5% e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG).

O aumento da pressão pode comprometer a saúde e a vida da mãe e aumenta o risco de parto prematuro. Não existe uma única causa.

Há o consenso de que o problema é resultado, entre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Embora o começo do problema esteja na formação da placenta, os principais agravantes da hipertensão são a alimentação desequilibrada, assim como o excesso de sal, o sedentarismo, o tabagismo e o aumento de peso.

Quem já era hipertensa antes da gravidez deve, junto com o cardiologista e o obstetra, estudar soluções para controlar o problema durante a gestação. Não há como diagnosticar a DHEG antes da gestação. Mas alguns cuidados comuns podem ajudar a controlar a pressão arterial antes e durante a gestação.

A mulher deve estar constantemente vigilante sobre sua pressão arterial. Cheque-a sempre que achar conveniente, siga uma dieta equilibrada e permaneça na faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista e cardiologista.

Ressaltamos a importância da identificação precoce de fatores de risco que, por muitas vezes, são previamente detectáveis e evitáveis, minimizando futuras complicações materno-fetais. Por isso, o acompanhamento profissional nos programas de planejamento familiar e pré-natal, é uma importante estratégia para orientar, sanar eventuais dúvidas e proporcionar uma assistência de forma integral, humanizada e individualizada à mulher.

Aline Hennemann, vice-diretora executiva da ONG Prematuridade.com, acredita que um pré-natal bem feito pode ajudar a reduzir o número de partos prematuros. “A gestante tem direito de realizar o pré-natal, não apenas com o obstetra, mas se preciso for com uma equipe multidisciplinar (nutricionista e enfermeiro, entre outros). É importante que a mulher busque o direito ao pré-natal, pois com isso conseguirá cuidar da sua saúde e da saúde do seu filho. Exames de laboratório e de imagem são importantes e de rotina neste momento para monitoramento da mãe e do recém-nascido”.

“Proporcionar uma gestação feliz e tranquila, na qual a mãe esteja realizando consultas de pré-natal e sendo bem orientada, pode diminuir o número de nascimentos prematuros. Podemos diminuir danos e mudar esta realidade”, acredita Aline.

Colaborou para o texto Camila Neumaier Alves, enfermeira da saúde da mulher e conselheira científica da ONG Prematuridade.com.

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