Felizmente, até o momento os estudos realizados mostram apenas poucos casos em recém-nascidos, com sintomas leves e muitas vezes inespecíficos.
O bebê de risco para desenvolver a doença é considerado aquele que a mãe tenha história de infecção pelo novo coranavírus, chamado de SARS-COV2, entre 14 dias antes do parto e 28 dias após o parto ou tenha sido exposto a pessoas infectadas, tais como familiares, cuidadores e visitantes. Após a alta da maternidade, o bebê de risco precisa ser observado quanto o aparecimento de sinais de alerta, principalmente respiratórios e gastrointestinais.
Os principais sinais de alerta são:
- Alteração do estado geral: É a sensação subjetiva de que seu filho está diferente ao que você já conhece do seu estado habitual de conforto. Por exemplo, ele pode estar pouco ativo, com sonolência persistente ou irritabilidade intensa.
- Observação da cor da pele: Ao observar a pele identificar palidez (descorado), cor azulada nos lábios, extremidades ou corpo todo (cianose), aspecto marmóreo (livedo) ou vermelhidão da pele (exantema).
- A temperatura nesta fase da vida permanece entre 36,5 a 37ºC a maior parte do tempo, portanto a medida repetida da temperatura axilar com termômetro pode identificar a presença de febre (temperatura maior que 37,5ºC) ou hipotermia (abaixo de 36ºC).
- Se o recém-nascido começar a apresentar dificuldades na alimentação com recusa da mamada frequente, sucção fraca ou presença de vômitos frequentes.
- Dificuldades na respiração do bebê são o sinal importante na síndrome gripal e são identificadas por: Respiração ruidosa, gemido, ausência de movimentos respiratórios ou pausa respiratória. Presença de coriza, tosse seca, produtiva ou de falta de ar, sendo esta na criança pequena caracterizada pelo esforço respiratório.
- Manifestações gastrointestinal podem acontecer, tais como distensão abdominal (aumento da barriga) com ou sem alteração do padrão e características das fezes.
- Outros sinais indiretos são a presença de sangramentos pela urina, narina, boca, fezes, umbigo ou vômito.
Como proceder caso suspeite que seu filho possa ter adquirido o coronavírus?
Os bebês considerados como casos suspeitos ou de risco após a alta da maternidade caso apresentem os sinais de alertas descritos devem procurar o atendimento médico com o pediatra ou o serviço de saúde para a avaliação, orientação e se necessário internação. É importante salientar que se o seu bebê, estiver pouco reativo, com cianose, palidez intensa ou falta de ar, ele deve ser levado imediatamente para o médico, pois esses sinais indicam a necessidade de internação.
Pontos importantes:
- Se você tiver dúvidas converse com o pediatra/neonatologista de seu bebê e siga as orientações dele, evitando informações equivocadas que se espalham em todos as formas de comunicação.
- Fiquem em casa e não receba visitas, isto não quer dizer fiquem sozinhos. Mande notícias, fotos, faça lives, marque encontros virtuais, curta seu bebê e a maternidade em família.
- Nunca é demais ressaltar: lavem bem as mãos antes da amamentação, antes e depois de cuidar do bebê sempre.
Lembre que se vocês, pais, iniciarem sintomas respiratórios ou tiverem suspeita de estarem doentes, avise seu médico, mantenha 2 metros de distanciamento, use máscara e mantenha a lavagem das mãos antes e após tocar no bebê ou amamentá-lo.
Esses tempos vão passar, desejamos saúde para todos!
por Prof. Dra. Renata Suman Mascaretti, pediatra e neonatologista (CRM 77136)