16 de Janeiro de 2013
Yasmin e Yuri: felicidade e saudade
Gostaria de agradecer muito à querida Dhyene por compartilhar conosco a história de seus pitocos, mesmo com toda a dor pela perda do Yuri. Desejamos muita saúde à pequena Yasmin e que o Yuri continue sendo sempre seu anjo da guarda. Beijos no coração!
"Minha história começa com uma gestação inesperada, porém que trouxe muita alegria e que passou muito rápido, nem pude curtir direito...
Descobri que estava grávida já estava com 19 semanas e com 21 semanas fiz o primeiro ultrassom e vi o meu lindo casal, meu sonho sendo realizado.
Com 26 semanas tive o rompimento de uma das bolsas, não aguentei segurar muito tempo, tive dilatação de 8 dedos e correram para sala de cirurgia pois a menina estava sentada e teria que ser cesárea.
Meus pequenos nasceram em uma sexta feira dia 13/04/2012. A Yasmin com 855g e 33cm e o Yuri com 835g e 33,5cm. Fiquei muito assustada, afinal nunca tinha visto um prematuro... Mas quando vi meus lindos anjos, não me contive: chorei muito de alegria pois eles nasceram e até aquele momento estavam bem!
Tive alta do hospital e aí começou minha grande batalha de viver um dia de cada vez. Foi difícil e dura essa batalha, pois apareceram intercorrências que muitas vezes assustavam... Mas a cada grama que ganhavam, cada aumento da dieta era uma alegria, uma esperança de que logo sairiam dali.
O Yuri era muito ativo, saiu dos medicamentos primeiro, engordava mais, sua dieta era maior. A Yasmin só dormia, era muito quieta, boazinha, muitas vezes pensei que talvez ela não resistisse, até ela sair do tubo com 10 dias de vida.
Com 15 dias de vida pude realizar o método canguru. A primeira vez foi uma experiência magnífica, emocionante! Eu com a Yasmin e o meu esposo, Rafa, com o Yuri. Ficamos horas... e no dia seguinte fizemos novamente e trocamos.
Mas infelizmente essa foi a minha despedida com o meu príncipe. No dia seguinte recebi a ligação do hospital e o vimos tão frágil... dói, é difícil lembrar. Foi diagnosticado uma enterocolite necrosante e ele não conseguiu resistir.
Depois que ele se foi ficou mais difícil ainda a minha batalha pois ficavam em uma sala só os dois, e não tinha como não ver o vazio. Fora que todas as vezes que o telefone tocava vinha uma angústia, sempre pedindo a Deus que não fosse o Hospital.
Pedimos para que colocassem outro bebê onde ele ficou pois seria mais fácil de lidar. E assim foi, aos poucos aprendemos a lidar com essa perda. Em momento algum esquecemos, mais sabíamos lidar com mais amor pois ainda havia uma princesa para se preocupar, e a preocupação era maior pois vimos o quanto eles eram imprevisíveis. Um dia estava ótimo, no dia seguinte jamais saberíamos como estava.
Então veio a notícia que minha pequena teria que fazer uma cirurgia para fechar o canal arterial. Foi um baque! Não sabia a simplicidade da cirurgia, apenas pensava: "ela só tem 1kg! Como que podem fazer uma cirurgia dessa?" Mas com muita fé no coração e, graças a Deus, foi feita e deu tudo certo. Foram fechados 2 canais que estavam abertos e eles também eram um dos motivos que impossibilitava ela de respirar melhor. E foi ótimo, pois depois de 2 dias da cirurgia, ela foi desentubada, ficou em CPAP por mais 4 dias e foi para o funil, que aos poucos foi tirado.
Ela ainda foi diagnosticada com encefalomalácia, por conta de uma hemorragia que não foi bem absorvida. Ainda fiquei uma semana internada no canguru junto da minha princesa até recebermos a melhor notícia: depois de 120 dias, com 2,455kg e 45cm , estávamos de alta!
E hoje ela está aqui comigo, fará 6 meses de nascida, 3 na idade corrigida, e 2 meses que está em casa comigo.
Graças a Deus está bem sua evolução está ótima! Recebeu alta do cardiologista, faz acompanhamento com neurologista, que já falou que não preciso me preocupar com a encefalomalácia pois a evolução dela é ótima. Faz acompanhamento fisioterapêutico na AACD, que é muito importante para prematuros, e aguarda para fazer o exame BERA (Audiometria de Tronco Cerebral), que se Deus quiser estará tudo nos conformes.
Então hoje nesse momento só tenho a agradecer, até mesmo às minhas lágrimas. Nessa batalha que vencemos a 1° etapa, agora é continuar lutando, por que sei que daqui pra frente serão grandes alegrias."
Dhyene, mãe da Yasmin e do Yuri.