09 de Janeiro de 2014
Vitória em dobro na chegada de Miguel
“A minha gravidez corria tranquila. Fazia tudo o que a médica pedia e era super disciplinada, mas tive um sonho: estava em um enterro! Não sabia se era o meu ou o do meu pequeno. Acordei com uma sensação horrível e uma angústia no peito. No dia 07 de abril, fui à emergência, pois estava com as mãos e os pés inchados. O médico me examinou e disse: “Mãe, você não tem nada, inchar é normal! Quem não pode inchar sou eu, que não estou grávido!”.
Fui para casa e duas semanas depois acordei com o rosto inchado. Fui à emergência novamente e estava com proteinúria, que é a perda excessiva de proteína pela urina, e uma leve pressão alta. Eu estava com 28 semanas, era tarde de 14 de abril, e a médica de plantão disse: “-Mãe, você ficará internada e daremos corticóides para o bebê, pois de 8 meses ele não passa!”.
Na madrugada do dia 15 de abril de 2013, convulsionei e tiveram que tirar o meu Miguel às pressas. Eu estava com eclâmpsia e fui direto para a UTI. Dois dias depois, foi constatado que estava com Síndrome de Hellp e tiveram que me operar novamente. Reuniram a minha família e disseram que fizeram de tudo, que agora só dependia de eu querer viver.
Fiquei 11 dias na UTI e só conheci o meu bebê 10 dias após o parto. O Miguel veio ao mundo com 880 gramas e 33 cm. Parecia tão indefeso, mas nasceu um guerreiro! Ensinava-me todo dia a lutar pela vida, e tenho certeza que, por ele, Deus me deixou ficar mais um pouco na terra. Ser mãe de prematuro é comemorar cada grama que o bebê ganha. Para diminuir a ansiedade, fiz amizade com outras mães, na mesma ou em pior situação. Uma dava suporte à outra e glorificávamos a Deus a alta de cada bebê, desejando ser o próximo a sair daquele lugar.
A parte mais dolorosa foi quando eu recebi alta, fui ver meu bebê e disse: “Mamãe vai, mas volta, tá, filho? Que Deus te dê saúde, porque vida Ele já deu”. Saí chorando do hospital e, ao chegar em casa, desabei de vez. Que sensação horrível a de ver as coisas do meu pequeno e não tê-lo ainda comigo. Mas, após 72 dias, ele recebeu alta! Sem sequelas, está se desenvolvendo bem, graças a Deus.
Hoje, Miguel está com quase 9 meses e é a alegria da casa. Sorridente, cheio de vida e muito esperto. Deus operou dois milagres: ressuscitou-me e conservou a vida do meu anjinho. Meu coração é gratidão pura!”
Edvânia e Miguel, pais do Miguel
Leia mais histórias de bebês prematuros.