10 de Março de 2014

Vicente, um lindo presente de Deus

“Sempre quis ter dois filhos e sempre pensei em dois meninos. Eu já tinha o Mauro, com 4 anos na época, e, em janeiro de 2013, descobri que seria mãe pela segunda vez. Legal, ficamos felizes e eu de cara já imaginava o meu segundo menino. Pensava nomes, imaginava ele brincando com o Mauro, enfim, pensamentos de mulher grávida!

Do início até os quatro meses emagreci 6 kg, era muito enjoo. Eu já havia passado por isso, "normal". O enjoo foi embora, mas a moleza, o cansaço e o desconforto não. Reclamava ao médico e ele dizia que era normal. Realmente, os exames estavam todos dentro da normalidade.

Chegando ao segundo semestre e lá vem a diabetes gestacional, até que controlada. Na primeira gestação tive também, mas sem intercorrências significativas. O meu bebê, o Vicente, era para início de outubro, e eu, por causa da moleza, não tinha quase nada pronto. Comprado sim, mas lavado não.

Com 32 semanas, fui fazer ultrassom de rotina. Era 07 de agosto e fui feliz da vida para ver o nosso bebê, mas o médico ficou sério. Mexia, mexia e me perguntou qual medicação estava fazendo uso e respondi que apenas o complexo vitamínico. E ele: “Você está com a placenta praticamente seca, sem líquido amniótico.” Ele mesmo ligou para o meu obstetra, que estava chegando na clínica para o plantão noturno e me atendeu. Foi categórico: repouso absoluto, muito líquido e vamos tentar levar mais um pouco, pelo menos até 35 semanas. Agora era consulta semanal, com dois ultras por semana e assim foi indo.

Mas, com 34 semanas, o ultrassom mostrou que ele perdeu 100 gramas em três dias , o chamado RCIU (Restrição do crescimento intra-uterino). Então, sem chance. Ele já está em sofrimento fetal e amanhã 23 de agosto será a sua cesára.

Que noite, que dia. Praticamente nem o sentia mais mexer. Era nervoso demais! Me perguntava a todo instante, “será que vai chorar, será que vai para UTI”, afinal, já estava com aproximados 2,500 kg, então existe a chance de não ir. Às 21h45min, do dia 23 de agosto de 2013, o Vicente veio ao mundo com 2,395 kg e 44 cm. Chorou no início, mas depois só gemia. Eu queria vê-lo e, quando a pediatra pegou para levá-lo, a Neo me mostrou bem rapidinho. Chorei a noite inteira, mesmo com o meu marido dizendo que acompanhou tudo e que estava tudo bem com ele, apenas no CPAP para ajudar a respirar.

Eu contava os minutos e, quando cheguei na UTI, 14 horas após o parto, quando eu vi todos aqueles berços, sinceramente, não sabia qual era o meu, apenas sabia que ele não estava naquelas fechadas, pois o meu marido já havia informado. Então, a médica informou que já estava no antibiótico tratando uma infecção, que poderia ser uma pneumonia, cedo demais para mais detalhes.

Passei o dia com ele. Fui dormir e, no outro dia, quando desci e vi o meu bebê intubado, foi aquele desespero. Eu não conseguia acreditar no que via. Fui informada que ele teve uma séria piora no quadro respiratório e precisou do procedimento. Dois dias no tubo e ele se extubou sozinho. A pediatra resolveu deixar assim, pois ele respondia bem só com o cateter de O2. Mas, para a minha angústia, ele foi piorando o quadro respiratório e foi intubado novamente por mais dois dias. Resumindo, só pude dar colo a ele no nono dia de vida e amamentar no peito no décimo dia. Mas fiquei feliz, pois tinha outras mães que os bebês já tinham 30, 40 dias e elas ainda não haviam pego os seus bebês no colo.

Hoje o Vicente está com 6 meses e só alegra a nossa casa! Foi um lindo presente de Deus!”


Deisy, mãe do Vicente

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