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23 de Setembro de 2013
Vicente Rafael: a vontade de Deus
“Fui abençoada por uma segunda gestação, muito esperada, uma vez que havia perdido o meu primeiro bebê. Ele nasceu prematuro aos 6 meses de gestação (24 semanas), com apenas 670g. Vicente Rafael é o nome do meu segundo filho. A segunda gestação, assim como a primeira, foi tensa, cheia de percalços, com sangramento todo mês. Não fazia idéia que eu tinha IIC.
Com o passar do tempo, minha gravidez foi seguindo sem nenhuma orientação de repouso, até que os sangramentos se intensificaram e os médicos no hospital resolveram pedir pra repousar. Porém, o repouso veio tarde demais, com 20 semanas de gestação (início do 5º mês). A médica pediu para me afastar do emprego por alguns dias para o sangramento parar, assim fiz. Ao terminar o prazo do atestado, voltei a trabalhar.
Com 22 semanas de gestação, sofri uma hemorragia, tendo que ir às pressas para o hospital. Ao ser examinada, o colo uterino estava 50% dilatado, um indício de que o parto poderia ser a qualquer instante. Vendo a situação, o médico mandou preparar a sala de parto, pois, para o bebê não teria mais jeito. Foi orientado colocar estimulante para aumentar as contrações e assim o bebê nascer. Mas como assim, nascer? Eu estava com 5 meses e meio de gestação e meu filho não tinha nem 1kg. Como o médico disse, não tinha mais jeito.
Porém, como já havíamos passado por um episódio parecido há 1 ano atrás com meu primeiro bebê, começamos a insistir com o médico para que ajudasse a fazer o que fosse possível para segurar essa criança. Assim foi feito. Fui internada com contrações, 5cm de dilatação, perda de líquido, sangramento e bolsa protusa. A situação era dificílima, então colocamos nas mãos de Deus. Oramos o tempo todo, não nos abatemos.
O tempo foi passando. 1, 2, 3 dias e o quadro não melhorava, a dilatação aumentava gradativamente. Um ultrassom foi feito e, com 1 semana internada, eu estava com 23 semanas de gestação, meu filho totalmente saudável e pesando 480g. Porém, com a perda de líquido, ele estava sendo amassado dentro do útero, então, o obstetra juntamente com o pediatra da UTI Neonatal escolheram por fazer o parto. Agüentei mais um dia internada e, na manhã seguinte, fui para a sala de parto, pedindo a Deus que desse tudo certo, que fosse feita a vontade Dele, mas se possível deixasse o meu filho sobreviver.
Meu pequenino nasceu, sem força até mesmo para chorar, o silêncio se fez presente na sala de parto. A pediatra correu com ele para a incubadora, para receber todo tratamento que fosse necessário à sua sobrevivência. Me faltou coragem pra ir ver meu filho e acabar ouvindo o que não queria. Fiquei com medo de chegar na UTI Neonatal e descobrir que ele não havia resistido. Mas, apoiada pelo meu marido e minha irmã, fui vê-lo.
Como era pequeno! Foi uma grande surpresa. Como poderia, tão pequenino, resistir a tantas intervenções? Cabia na palma da mão. Com 29cm de comprimento e 480g, meu filho nasceu e contrariou a medicina. Uma glória!!! Mas muitos acontecimentos e milagres ainda estavam por vir. Com 10 dias, Vicente chegou a pesar 370g. Meu filho nasceu com os olhos e ouvidos fechados, não tinha lábios, apenas o orifício da boca. Com 17 dias, seus olhos se abriram, foi lindo vê-lo olhando pra mim. Os lábios se formaram com 2 meses. Ele teve sopro no coração, o pulmão encharcado de água, glaucoma congênito, e tudo foi curado por DEUS.
Com 2 meses de nascido, começaram as apnéias. Ficava roxo por várias vezes no dia, porque esquecia de respirar, já que seu sistema nervoso era muito imaturo. Isso foi até o início do 4º mês. Vicente teria que fazer cirurgia no coração, nos olhos, corria o risco de ficar surdo, teve hemorragia intracraniana leve. E TUDO DEUS CUROU.
Um dos primeiros médicos que o examinou falou que ele era inviável pra medicina, porque era uma criança sem condição nenhuma de vida. É claro que não dei confiança para o que ela disse. Fiquei muito chateada, é claro, mas tratei de esquecer logo. Pela minha contagem, Vicente estava entre 23 a 24 semanas de gestação, mas a neonatologista afirmava que ele era de 22 semanas devido ao peso: 480g.
A garra dos outros médicos da UTI e a vontade de DEUS, fizeram com que a história do meu filho fosse outra. Ele ficou 130 dias na UTI, sua maior dificuldade era ganhar peso, e até hoje é assim. Hoje, Vicente está com 1 ano e 2 meses corrigidos, é super saudável, inteligente, ativo. Um bebê super risonho. A alegria de todos. Ele foi o menor bebê do hospital da minha cidade a sobreviver. Acho até que ele pode estar entre os 10 bebês menores do Brasil. Sem contar que ele foi embora pra casa sem cilindro de O2, sem sonda gástrica, sem seqüelas, sem nada. Para uma criança de tão baixo peso, é uma milagre.
Então, meninas, a mensagem que venho deixar pra vocês é que entreguem nas mãos do Médico dos Médicos, coloquem nas mãos de Deus, porque só Ele poderá conceder o que seu coração pede. Os homens podem ir contra, mas se for da vontade Dele, não existirá barreira para impedir. Independente do jeito que meu filho ficasse, eu o queria do mesmo jeito. Colocava isso sempre em minhas orações, e também pedia discernimento e força pra poder entender e passar por tudo aquilo que eu estava passando. Fé, pessoal, tudo vai dar certo no final! Nunca desistam do sonho de vocês. Hoje tenho 2 anjos, um no céu – Pedro, e outro na terra - Vicente Rafael!”
Vanessa, mãe do Pedro e do Vicente Rafael